AMP

Impunidade garantida

Mesmo sendo um dos principais mentores e um dos maiores entusiastas da “inovação”, o presidente do STF está se rendendo à realidade de que não há,...

Publicado em

Por Caio Gottlieb

Bem que o ministro Dias Toffoli fez um esforço enorme para fingir que não estava enxergando o óbvio.

Mesmo sendo um dos principais mentores e um dos maiores entusiastas da “inovação”, o presidente do STF está se rendendo à realidade de que não há, como todo mundo já sabia, condições estruturais, técnicas, operacionais e financeiras para implantar o “juiz das garantias” até o fim de janeiro e deve adiar ao menos por seis meses a oficialização do monstrengo, criado por um conluio do Congresso Nacional com a alta cúpula do Poder Judiciário em represália ao ex-juiz Sergio Moro e à Operação Lava Jato.

Incluída por deputados e senadores (legislando, na verdade, em causa própria) no pacote da Lei Anticrime, a medida não foi idealizada com outro propósito senão o de dificultar, retardar e finalmente inviabilizar a apuração policial e os processos judiciais contra bandidos de colarinho branco.

Função já existente em diversos países, o juiz das garantias fica responsável por acompanhar a investigação, enquanto outro magistrado é encarregado de proferir a sentença.

Como diz o procurador da Justiça do Ministério Público de São Paulo, Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, “o juiz das garantias pode ser bom em Liechtenstein. Aqui é o país da impunidade”.

Ou seja, atende perfeitamente aos interesses dos ricos e poderosos que se dedicam há séculos ao ofício de enriquecer desviando recursos públicos.

Nada mais que isso.

(Leia e compartilhe outras postagens acessando o site: caiogottlieb.jor.br)

Google News

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais
Sair da versão mobile