Sepec defende ajustes ‘pontuais’ em marcos de concessão vigentes

Ao Broadcast, a secretaria afirmou que o “melhor caminho” para o Brasil ter novos investimentos em Infraestrutura é fazendo ajustes “pontuais” nas legislações atuais, sem que...

Publicado em

Por Agência Estado

A Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), órgão do Ministério da Economia, confirmou em nota o entendimento da pasta de que as alterações nas regras legais sobre concessões e parcerias público-privadas devem ser incorporadas às leis atuais, sem, portanto, revogar os marcos vigentes. Reportagem do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou na quarta-feira que a ideia de revogar leis atuais sobre o assunto e substitui-las por uma ‘Lei Geral de Concessões’ opôs integrantes do governo e o relator do projeto na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).

Ao Broadcast, a secretaria afirmou que o “melhor caminho” para o Brasil ter novos investimentos em Infraestrutura é fazendo ajustes “pontuais” nas legislações atuais, sem que se percam as jurisprudências e interpretações dadas ao longo dos últimos 25 anos.

Na nota, a Sepec pontua que o Ministério da Economia vê espaço para investimentos em infraestrutura na ordem de R$ 10 trilhões até 2040 e que, para isso, é preciso ter marcos legais e regulatórios “robustos e atrativos” para o setor privado.

“É importante ressaltar que, se por um lado, a quantidade e qualidade das concessões nos últimos 15 anos ficou aquém do desejado, esta realidade se impôs muito mais por decisões políticas do que por imposição ou restrição legal”, diz.

O posicionamento da Sepec, que é comandada pelo secretário Carlos da Costa, também entra em questões de mérito da proposta que tramita na Câmara, defendendo a inclusão de “regras claras” para caducidade automática de contratos não cumpridos, “para evitar o que se chama de ‘risco moral'”. Integrantes do governo entendem que o texto atual, em relação a concessões problemáticas, dificulta a caducidade e impõe como regra geral a devolução amigável – o que condicionaria sempre a um acordo de indenização.

“O Ministério da Economia defende incondicionalmente um marco que possibilite o amplo e irrestrito investimento privado, incluindo internacional, sem reservas de mercado ou privilégios direcionados”, diz a nota, que também cita a importância de um modelo baseado em menores participações de bancos e empresas públicas em projetos de infraestrutura. “Quando ocorrem, estas operações devem gerar um efeito de atração de novos recursos privados (crowding-in), jamais concorrendo e afastando o mercado de capitais (crowding-out)”, diz.

Por fim, a secretaria ainda cita que receitas e despesas públicas devem “sempre passar pelo orçamento”. “Isso garante transparência na alocação dos recursos da sociedade e melhora a capacidade de gestão das contas do governo”.

Como revelou o Broadcast em novembro, uma ala do Ministério da Economia se opôs a possibilidade de o dinheiro que as concessionárias pagam para operar o serviço não seja mais direcionado para o caixa da União, como previsto no relatório de Jardim. O instrumento da “outorga carimbada” permite que o edital estabeleça que o dinheiro seja direcionado a investimentos em obras públicas, aplicado diretamente pela iniciativa privada.

“Temos convicção de que o Congresso saberá avançar neste tema tão relevante para o País, alinhado ao liberalismo econômico e emprego de melhores práticas de governança desejados pela sociedade brasileira, modernizando a forma de se fazer negócios em infraestrutura no Brasil, sem protecionismo, com regras claras que privilegiem o investidor efetivamente comprometido com o longo prazo”, concluiu a secretaria.

Google News

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais
Sair da versão mobile