Pai de PF morto lamenta prisão de Meneghel não ter ocorrido enquanto esposa estava viva
Ele afirma que a sociedade ganha com a prisão; sindicato de policiais federais também se manifestou... ...
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Por Mariana Lioto
Mais de 7 anos após o assassinato, a família do policial federal Alexandre Drummond Barbosa recebeu hoje a notícia que Alessandro Meneghel foi preso e passará a cumprir a pena de 29 anos e 1 mês de prisão no regime fechado. O pai Geraldo Barbosa conversou com a CGN.
“Claramente a sociedade ganhou muito, ela ficou livre de um monstro, isso já é um grande ganho e nossa família que também sente isso. A sociedade tem que ficar alegre pois conseguiu uma vitória dentro da lei”, disse.
Alexandre foi morto aos 36 anos, em frente a uma casa noturna da Rua Paraná, em Cascavel, em 2012.
Meneghel chegou a ficar preso três anos e o julgamento atrasou além do normal. Com receio de interferência na decisão dos jurados, o júri foi transferido a Curitiba. Um primeiro júri foi anulado em 2016 quando estava na reta final e a defesa do réu deixou o tribunal. Em fevereiro de 2017 ocorreu a condenação, mas Meneghel ficou em prisão domiciliar enquanto tramitava o recurso de segunda instância. Foi esta etapa que terminou agora e a prisão foi determinada.
“Eu não chego ficar feliz com a prisão. A verdade para nós, para a família, é que meu filho foi atacado pelas costas e morto de uma forma altamente covarde e meu filho não volta mais. Outra coisa que é muito triste é que minha esposa, que acompanhou isso por muitos anos, faleceu antes de ver a prisão do assassino do filho. É uma pena. Mas a vida é cheia de dores e às vezes algumas alegrias”.
Geraldo conta que o filho escolheu a PF pensando em fazer o bem para as pessoas.
“Ele sempre foi um jovem muito alegre, com muitos amigos. Ele era formado em engenharia, mas resolveu trabalhar de uma forma que entendeu que ia melhorar a sociedade e por isso escolheu a Polícia Federal”.
A atual presidente do Sinpef-PR (Sindicato dos Policiais Federais no Estado do Paraná), Bibiana Orsi, foi colega de turma de Alexandre e comenta que ele não tinha nenhum histórico de violência.
“Ele era muito centrado, eu diria até bem introspectivo. Não tinha perfil de provocação e de nenhuma forma era uma pessoa violenta. A gente tem plena convicção que não foi qualquer ação do Alexandre que motivou o crime e por que houve desentendimento, nada justifica a execução”.
O sindicato também acompanhou o processo desde o início e comemora a prisão.
“Nada vai trazer o Alexandre de volta, mas saber que alguém que se achava acima da lei foi preso é importante”.
O preso tem hoje 54 anos. Considerando o tempo já cumprido e o fato de Meneghel não ser réu primário, a previsão é que ele fique pelo menos mais dez anos no regime fechado.
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