Premiado com mandioca, time da Oceania abre Mundial ‘globalizado’ de clubes

O confronto entre os vencedores da Liga dos Campeões da Oceania e o atual campeão nacional do Catar é o exemplo de como este Mundial de...

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Por Agência Estado

Bem antes de Flamengo e Liverpool entrarem em campo para tentar confirmar o favoritismo no Mundial de Clubes, no Catar, um elenco bem mais modesto, vindo de um local simples e quase esquecido no planeta, é que terá a honra de fazer a partida de abertura do torneio nesta quarta-feira, às 14h30 (horário de Brasília). Sediado no paradisíaco arquipélago da Nova Caledônia, na Oceania, o Hienghene leva à competição um elenco amador para enfrentar na estreia o Al-Sadd, representante local.

O confronto entre os vencedores da Liga dos Campeões da Oceania e o atual campeão nacional do Catar é o exemplo de como este Mundial de Clubes será uma das edições mais globalizadas do torneio. Os sete participantes levam ao país da próxima Copa uma grande mistura internacional. O torneio terá entre os atletas inscritos 13 diferentes nacionalidades no Liverpool, europeus no Flamengo, espanhóis no Al-Sadd, holandês na equipe mexicana e até mesmo brasileiros no Hienghene.

O jogo de abertura definirá quem enfrenta no sábado o Monterrey, do México, campeão das Américas Central e do Norte. Depois, deste novo confronto, sairá o adversário do poderoso Liverpool na semifinal. Já o campeão da Copa Libertadores, o Flamengo, vai disputar vaga na final na próxima terça-feira com quem avançar da partida entre o campeão africano Esperance, da Tunísia, e o vencedor da Copa da Ásia, o Al-Hilal, da Arábia Saudita.

A competição será disputada em dois estádios em Doha. O palco das semifinais e da final, o Khalifa, será utilizado também na Copa do Mundo de 2022. A decisão será no dia 21 de dezembro.

Os meias Marcos Paulo e Pedro Vilela chegaram ao Hienghene no meio deste ano, trazidos como reforços de peso para o Mundial de Clubes. A dupla tem vivido experiências bem curiosas nos poucos meses vividos no arquipélago, que ainda é território da França. Os dois atuam como professores voluntários de futebol nas folgas e se divertem com os presentes recebidos pela torcida. As vitórias têm como recompensas frutas e mandioca.

“Sabemos que é uma batalha extremamente difícil, mas se não tivéssemos confiança e não acreditássemos, nunca estaríamos aqui para essa competição. A equipe venceu a Liga dos Campeões da Oceania e temos certeza que podemos surpreender, como ocorreu com outras equipes que chegaram como surpresa”, disse Marcos Paulo ao Estado. Antes de reforçar o Hienghene, ele atuava no Colorado, do Paraná.

A equipe se preparou para o Mundial com a disputa de fases preliminar da Copa da França. O torneio abre vaga para times de todos os territórios franceses pelo mundo, como Taiti, Guadalupe e Martinica. O Hienghene tentou adquirir experiência para logo na estreia no Mundial fazer frente ao Al-Sadd, cujo elenco é a base da seleção do Catar e o treinador é o experiente ex-meia Xavi, ídolo do Barcelona.

“Xavi é uma referência mundial e é algo inimaginável jogar contra um time comandado por ele. Alguns dos jogadores deles jogam na seleção, são naturalizados, o que torna mais difícil ainda”, afirmou o meia Pedro Vilela.

O Hienghene está sediado em uma cidade de apenas 2,5 mil habitantes e venceu o torneio continental graças a um gol do meio-campo. “Temos uma competição local, mas bem disputada, o pessoal respira futebol aqui. Todas as equipes são amadoras, um país que gosta muito de futebol, ainda mais por ser uma colônia francesa, e eles tem os times de lá como referência. A estrutura, até pelo tamanho da ilha, é bem simples, campos modestos.”

ESTILO BARCELONA – O ex-meia Xavi se aposentou do futebol no meio do ano como campeão nacional pelo Al-Sadd e aceitou o desafio de já assumir o comando do time logo na sequência. O primeiro grande desafio dele no cargo será disputar o Mundial de Clubes. O sonho dele é fazer a equipe jogar ao estilo do Barcelona, com muita troca de passes e longa manutenção da posse de bola.

“Eu sofro quando meu time não está com a bola. Sou o mesmo de quando era jogador: gosto da posse de bola. Foi assim que fui educado no futebol no Barcelona e na seleção espanhola. Eu trabalho isso em todos os nossos treinamentos”, afirmou Xavi em entrevista ao site oficial da Fifa.

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