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HC de SP retoma vacinação e deve chegar a até 1 mil imunizados por hora

A enfermeira residente Laís Martins, de 32 anos, chegou ao local no início da tarde desta segunda. Foi vacinada e, na sequência, já vestiu o jaleco...

Publicado em

Por Agência Estado

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Um salão do centro de convenções do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da USP se tornou o primeiro posto de imunização contra a covid-19 no País. Entre selfies e comentários animados, profissionais da linha de frente vacinam e são vacinados em ritmo que deve alcançar até mil doses por hora, com a meta de atender os cerca de 28 mil trabalhadores da saúde do local até quinta-feira, 21, segundo Leila Letaif, médica da diretoria clínica do complexo hospitalar. Nesta segunda-feira, 18, foram aplicadas 750 doses.

A enfermeira residente Laís Martins, de 32 anos, chegou ao local no início da tarde desta segunda. Foi vacinada e, na sequência, já vestiu o jaleco para trocar de turno com colegas que participavam da campanha desde as 7 horas. “Vim para cá no mesmo trajeto que fiz a pandemia inteira, mas agora pensando que talvez daqui a um tempo a gente comece a não usar mais máscara, que as coisas vão ficar mais diferentes.”

Atuando no setor de psiquiatria, ela teve de exercer a enfermagem de outro jeito na pandemia, com mais distanciamento e menos toque. O contato com o paciente mudou muito, enquanto o coronavírus se tornou o assunto onipresente de todos os dias, com a preocupação constante de se proteger e proteger os pacientes. A palavra que define esse momento é esperança”, resume.

Entre a equipe que vacinou Laís, estava a auxiliar de enfermagem Claudia Oliveira, de 53 anos, que emendou o plantão noturno com o voluntariado na campanha. Animada, com as unhas compridas e pintadas de rosa, pediu a uma colega para ser fotografada segurando o frasco da Coronavac. “Eu já me aposentei. Estou deixando um legado histórico, uma satisfação muito grande”, comenta.

Ela critica aqueles que não estão convencidos da necessidade da imunização ou da gravidade da pandemia. “Se ficassem um dia no meu lugar, iriam valorizar, não iriam mais sair de casa”, diz. “A gente não parou. Não teve o privilégio de fazer home office. A gente anda de máscara na rua e parece que é a gente que está errado. Onde moro, parece que não tem covid, tem uma festa atrás da outra, churrasco…”, lamenta.

Claudia não entra na casa da mãe, Maria Aparecida, de 72 anos, desde o início da pandemia, embora ambas morem no mesmo terreno. Ela se descreve como o “orgulho da família” pelo ofício que exerce e, com o avanço da imunização, sonha com poder voltar a ficar pertinho da genitora e participar de eventos esportivos. “Também vou correr a São Silvestre pela quinta vez em 2021, se Deus quiser.”

Outra profissional que atua na campanha é a enfermeira Cibele Gomes, de 35 anos, profissional do setor de educação continuada do complexo hospitalar. Há 12 anos no ofício, ela somente havia participação de imunizações quando estava na faculdade. Agora, se dividia com outras duas colegas entre aspirar as dose e aplicar a injeção. “É emocionante.”

Campanha envolve diferentes trabalhadores da linha de frente

Entre os vacinados, há trabalhadores de diferentes setores da linha de frente, como a administradora Angelita Maximino, de 53 anos, que trabalha no Instituto de Psiquiatria. Voluntária na campanha de vacinação, veio com toda a equipe ser imunizada. “É uma coisa que vai ficar marcada.” Já a oficial administrativa Maria Gorete Costa, de 47 anos, pediu para a equipe de enfermagem fotografasse o exato momento em que recebeu a primeira dose. “Quero mandar para a família. Quis me vacinar porque é uma forma de me proteger”, comenta ela, que também é voluntária na campanha de vacinação.

O médico infectologista Marcello Magri, de 47 anos, disse também ter ficado emocionado com a experiência. “Vai dar mais segurança. A gente estava muito preocupado em pegar ou passar para alguém e, agora, tem a possibilidade de se imunizar, de se proteger e proteger os pacientes”, descreve.

Sensação semelhante é descrita pelas enfermeiras Monica Rodrigues, de 28 anos, e Bruna Gonzales, de 32 anos, que começaram a trabalhar no hospital no mesmo dia, há três anos, e hoje também dividiram a experiência da imunização. “A vacina é um sopro de esperança para a gente, que viu tanta coisa pesada”, comenta Monica.

Ambas trabalham na obstetrícia, em um setor que era mais habituado a boas notícias antes da pandemia e que teve que se adaptar para receber gestantes com covid-19. Até o momento da mãe pegar o recém-nascido no colo precisou mudar. “No início, principalmente, foi muito difícil, porque a gente não sabia o quanto afetava as gestantes”, recorda Bruna.

Ao todo, a expectativa é vacinar cerca de 400 pessoas nesta segunda-feira, 18, como um piloto da megaoperação de terça-feira. No domingo, 112 profissionais de saúde receberam a Coronavac no complexo hospitalar, dos quais alguns tiveram a experiência como uma surpresa bem-vinda. “Era uma coisa que eu nem esperava. Eu vim ajudar a organizar”, comenta Solange Fusco, enfermeira da gestão assistencial da diretoria clínica do HC. “Mas estava tão segura da importância, que nem senti nada (da injeção).”

Também nesta segunda-feira, 18, está previsto o início da aplicação em cinco hospitais-escola de Campinas, Botucatu, Ribeirão Preto, Marília e São José do Rio Preto, no interior paulista. Essa etapa de vacinação no Estado de São Paulo é focada inicialmente em profissionais de saúde, indígenas e quilombolas. O cronograma original de vacinações do governo paulista previa que idosos acima de 75 anos comecem a ser imunizados a partir de 8 de fevereiro, mas o governo já admitiu que pode haver mudanças.

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