Taxas encerram com viés de queda após sessão de volatilidade

Por outro lado, o desconforto com o cenário fiscal e político emergiu com o vaivém do relatório da PEC Emergencial que começou ainda ontem no fim...

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Por Agência Estado

Os juros tiveram uma sessão volátil, sobretudo à tarde, oscilando ao sabor do noticiário sobre o cenário fiscal e da vacinação contra covid no Brasil, com picos de estresse na última hora da etapa regular. No fechamento da etapa estendida, porém, estavam com viés de baixa. O IPCA de novembro acima das estimativas pressionou a curva num primeiro momento, mas foi absorvido depois com a leitura dos preços de abertura e não alterou a percepção que o mercado já tinha para o Copom de amanhã, de manutenção da Selic em 2% e do forward guidance do Banco Central (BC). O índice também contribuiu para elevar o interesse no leilão de NTN-B, que teve a oferta de até 1,1 milhão colocada integralmente.

Por outro lado, o desconforto com o cenário fiscal e político emergiu com o vaivém do relatório da PEC Emergencial que começou ainda ontem no fim da tarde, com as divergências em torno da vacina contra a covid expostas após reunião de governadores com o Ministério da Saúde.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 3,07% (regular) e 3,035% (estendida), de 3,064% ontem no ajuste, e o DI para janeiro de 2023 passou de 4,425% para 4,45% (regular) e 4,40% (estendida). O DI para janeiro de 2025 fechou a regular em 6,07% e a estendida em 6,03%, de 6,084% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 encerrou a regular em 6,89% e a estendida em 6,88%, de 6,913% ontem.

A curva fechou hoje precificando em torno de 97% de chance de Selic estável amanhã, mesmo com o IPCA de novembro subindo 0,89%, superando o teto das previsões de 0,85%. “Os indicadores qualitativos continuam com comportamento dentro do esperado para o estágio do ciclo econômico. É de se esperar que com a passagem dos choques de preços na margem, a inflação de núcleos volte para patamar mais baixo e compatível com o nível de ociosidade da economia”, afirmam os economistas Rafael Cardoso e Antonio Castro, do Banco Daycoval.

Vitor Carvalho, sócio-gestor da LAIC-HFM, explica que o mercado está apostando na ideia de que a inflação vai perder força no ano que vem após o fim do auxílio emergencial e dada a perspectiva de piora no mercado de trabalho, além do fato de o dólar estar bem comportado. “O mercado segue operando o alívio estatístico do IPCA em 2021, mantendo a leitura de que a inflação ainda está controlada”, disse.

As taxas chegaram a oscilar em baixa com a queda do dólar no meio do dia, mas o incômodo com o quadro fiscal se mantém como o bode na sala. Nos últimos dias, o sentimento era de que o teto de gastos estava assegurado em 2021, mas ontem essa percepção começou a balançar, com a divulgação de uma primeira versão do relatório da PEC Emergencial que abria caminho para gastos fora do teto. O relator da PEC, senador Márcio Bittar (MDB-AC), enviou uma nova versão aos senadores que não prevê despesas fora do teto.

O noticiário sobre a vacinação contra a covid seguiu no centro das atenções e acentuando a volatilidade dos ativos. As divergências entre governadores em torno do calendário no Brasil vieram à tona após uma reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. “Nos preocupa o governador de São Paulo dizer que vai iniciar vacinação em 25 de janeiro. Isso coloca em jogo a credibilidade dos demais governadores”, afirmou o mandatário de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).

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