Apesar de avanço, investimento em programa para sinalização de rodovias caiu

Apesar dos avanços na avaliação geral na sinalização e de melhorias das rodovias, a confederação aponta que os investimentos estão abaixo do esperado. De 2014 até...

Publicado em

Por Agência Estado

O governo federal investiu R$ 282,3 milhões no BR-Legal, programa para padronizar e implementar sinalização em rodovias, em 2019. O valor é 56,9% menor que o gasto no ano anterior, quando o governo aportou R$ 654,9 milhões. Os dados fazem parte de estudo divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) nesta terça-feira, 24.

Apesar dos avanços na avaliação geral na sinalização e de melhorias das rodovias, a confederação aponta que os investimentos estão abaixo do esperado. De 2014 até 2019, foram investidos R$ 3,12 bilhões (em valores corrigidos pela inflação). A previsão era que o governo investisse R$ 4,47 bilhões na iniciativa.

De acordo com a CNT, as mudanças começaram efetivamente em 2013. A proposta do Programa Nacional de Segurança e Sinalização Rodoviária, ou BR-Legal, era a padronização da sinalização rodoviária na malha federal, independentemente da localização geográfica regional da rodovia. O programa ficou a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Nos três primeiros anos do programa, a União investiu R$ 1,49 bilhão, valor que supera o R$ 1,47 bilhão gasto com os programas que o antecederam, Prosinal e Prodefensas, em seus oito anos de duração. Em 2015, o programa chegou a representar 17% dos investimentos da União com manutenção de trechos. Em 2019, esse patamar caiu para 7,6%.

Além disso, houve atrasos na execução do programa, que empurraram o encerramento da maioria dos contratos para 2021. A previsão inicial era 2018.

“Reconhecemos que, nos últimos anos, houve avanços com o BR-Legal, mas ainda há muito que fazer. Precisamos de mais investimentos, maior fiscalização e projetos e contratos mais bem estruturados para que nossas rodovias tenham seus níveis de qualidade aprimorados”, avalia o presidente da Confederação, Vander Costa.

O estudo também apresenta um panorama da evolução das condições da sinalização na malha rodoviária no País. Os dados apontam que entre o início do programa e 2019, houve em média uma melhora de 17,8 pontos percentuais nos trechos que sofreram intervenções, passando de 39,7% para 57,5% de avaliação positiva.

“As inovações trazidas por este programa na forma de licitação, na atribuição de responsabilidades à contratada e na metodologia das soluções a serem empregadas puseram as intervenções na sinalização viária, no país, em um novo patamar, superior aos anteriores”, diz o estudo.

A Confederação ressalta, porém, que ainda há trechos de rodovias com sinalização inadequada e que oferecem riscos aos usuários. “Não obstante, em parte dos trechos, a avaliação das condições da sinalização ainda é negativa.”

Entre os problemas apontados pela CNT, está o não cumprimento dos cronogramas do programa, em relação aos percentuais de investimentos e atrasados e com a inconformidade entre projetos. Além disso, a confederação verificou que resultados dos estudos estão alinhados com achados de auditorias feitas por órgãos de controle.

Diante dos apontamentos, a CNT propõe uma série de recomendações ao governo para melhorias no programa. Entre elas estão a contratação prévia de empresa para supervisionar contratos, adequação da quantidade e capacitação de servidores para fiscalização, compatibilização dos calendários do programa e a garantia da liberação dos recursos vinculados ao BR-Legal.

A Confederação também sugere maior transparência em relação aos documentos do programa. “Referem-se como exemplos desses documentos não apenas editais e contratos, mas também cronogramas físico-financeiros e relatórios de acompanhamento das obras e dos contratos, de modo a permitir que se acompanhe com transparência sua execução.”

Google News

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais
Sair da versão mobile