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Fronteira na encruzilhada

Diz a matéria que o advento da Covid-19 “pode ter representado o golpe de misericórdia em um negócio que já apresentava sinais avançados de decadência”....

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Por Caio Gottlieb

Em reportagem de duas páginas publicada em uma de suas edições mais recentes, a revista Veja trouxe o retrato nu e cru do momento desafiador que a economia de Foz do Iguaçu enfrenta com a perda do fluxo de brasileiros em busca de produtos importados no Paraguai após o fechamento da Ponte da Amizade por sete longos meses em decorrência da pandemia.

Diz a matéria que o advento da Covid-19 “pode ter representado o golpe de misericórdia em um negócio que já apresentava sinais avançados de decadência”.

A interrupção do turismo de compras paralisou o comércio de importados de Ciudad del Este e trouxe para a rede hoteleira de Foz prejuízos incalculáveis.

Mesmo com a reabertura da via de acesso entre as duas cidades, a retomada do movimento acontece ainda lentamente e muitos ambulantes e lojas continuam com as portas cerradas.

Dos 5 mil pontos de venda em operação no lado paraguaio, cerca de 30% não voltaram às atividades e aproximadamente 20 mil trabalhadores com carteira assinada perderam o emprego e outros 40 mil informais foram impactados.

No lado brasileiro, por sua vez, supermercados, lojas e clínicas médicas igualmente também sofreram queda expressiva no faturamento com a ausência dos clientes do país vizinho.

Principal destino de brasileiros em compras no exterior até a década de 90, Ciudad del Este vem perdendo relevância devido a inúmeros fatores, entre eles o aperto da fiscalização da PF e da Receita Federal sobre os “sacoleiros”, a oferta de importados disponíveis no centro de São Paulo, a forte valorização do dólar e agora a liberação da abertura de free shops em Foz do Iguaçu, nicho promissor que começa a atrair investimentos de grandes e tradicionais empresários do lado de lá da ponte.

É o caso da gigante Cell Shop, que inaugura em dezembro sua loja franca em Foz, ocupando uma área de 2 mil metros quadrados no Shopping Catuaí Palladium.

Obviamente, isso não quer dizer que o trepidante comércio de Ciudad del Este, um dos maiores atrativos dos turistas que visitam a terra das Cataratas, esteja na iminência de desaparecer.

Mas os primeiros indícios do declínio já são mais do que evidentes.

(Leia e compartilhe outras postagens acessando o site: caiogottlieb.jor.br)

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