Com chances de entrar na Ferrari, jovem brasileira celebra aprendizado em testes

A catarinense Antonella Bassani é a mais jovem das finalistas. Em entrevista ao Estadão, a pilota de apenas 14 anos revelou como foram as etapas anteriores...

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Por Agência Estado

O Brasil poderá ter uma representante na Academia da Ferrari a partir de 2021. As adolescentes Antonella Bassani e Júlia Ayoub são duas das quatro finalistas que disputam a seletiva “Girls on Track”, programa promovido pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A vencedora assinará contrato de um ano com a Academia da Ferrari, que já revelou pilotos como o monegasco Charles Leclerc, hoje do time principal de F-1 da escuderia.

A catarinense Antonella Bassani é a mais jovem das finalistas. Em entrevista ao Estadão, a pilota de apenas 14 anos revelou como foram as etapas anteriores da disputa. “É tudo feito num nível muito elevado e, conforme você vai avançando etapas, tornam-se mais difíceis”, disse a jovem corredora.

O dia a dia tem sido puxado desde o início das atividades, em 12 de outubro. Os dois primeiros dias de atividades foram realizados no tradicional Circuito de Paul Ricard, na França. O autódromo recebeu o “camping” da disputa nas semanas seguintes. “Os dias são intensos, com várias atividades que variam entre workshop, treinos na pista e fora dela, com simulador, telemetria e aquecimento físico”, revelou.

A quarta e última etapa terá início nesta segunda-feira e vai até o dia 13, em Maranello, a famosa sede da escuderia Ferrari. Antonella poderá ter acesso aos poderosos simuladores da equipe italiana, além de ter maior contato com a expertise italiana no automobilismo. “Tudo está sendo de muito aprendizado, desde a comunicação com os mecânicos, coaching, fotógrafos até o desempenho nas atividades práticas”, afirma a adolescente nascida em Concórdia, no interior de Santa Catarina.

A parte da pista, a favorita das pilotas, tem sido guiar um carro de fórmula e não por acaso. A vencedora da disputa assinará contrato com a Ferrari para disputar uma temporada de Fórmula 4 em 2021. A categoria é a porta de entrada para os carros de monoposto, um caminho natural para a Fórmula 3, Fórmula 2 e, claro, a sonhada Fórmula 1. “Acredito que, para mim, a maior novidade foi dirigir um carro de fórmula”, afirmou a pilota, vice-campeã do Sul-Americano de kart e 3º lugar no Brasileiro. Ela começou no kart aos quatro anos.

Para aumentar seu conhecimento sobre os carros de fórmula, Antonella ouviu conselhos de referências do automobilismo, como Felipe Massa, ex-piloto da Ferrari de F-1. O brasileiro, ainda sem categoria para competir em 2021, é o atual presidente da Comissão Internacional de Kart da FIA. “Também tive contato com o Arthur Leclerc (irmão mais novo de Charles), que corre na F-4 Italiana e fez algumas voltas de referência”, lembra Antonella.

Depois de participar da quarta etapa, ao lado da compatriota Júlia Ayoub, da francesa Doriane Pin e da belga Maya Weug, Antonella vai esperar pelo resultado final da disputa, que deve sair no início de dezembro. “Estou ansiosa e me preparando muito. Não imaginava chegar tão longe. Mas estou confiante porque tenho tentado fazer sempre o meu melhor com muita dedicação”, diz a pilota.

O projeto “Girls on Track” é mais uma iniciativa da FIA na tentativa de popularizar o automobilismo entre as mulheres. Para tanto, a entidade quer a médio prazo contar com mulheres na pista nas principais categorias do automobilismo mundial. Para o trabalho de longo prazo, a meta é dar cada vez mais espaço para jovens garotas em competições de base, como a Fórmula 4. No “Girls on Track”, a FIA selecionou 20 pilotas entre 70 currículos de garotas de 12 a 16 anos de todo o mundo. Destas 20, agora só restam quatro finalistas, incluindo as duas brasileiras.

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