Livro discorre sobre as diversas facetas do vale do Anhangabaú

Aos 60 anos, Varella mergulha no “laboratório social” do Anhangabaú – o espaço urbano que, segundo o autor, é aquele que mais se transformou simbólica e...

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Por Agência Estado

“Se a arquitetura é uma ciência social aplicada, o maior laboratório do Hemisfério Sul é o Vale do Anhangabaú”, afirma o arquiteto e urbanista Péricles Varella Gomes, idealizador do livro Vales Imaginários – Anhangabaú. A obra é baseada na dissertação de mestrado do arquiteto Carlos E. Mueller (coautor do livro, assim como a arquiteta Luíza Chiarelli de Almeida Barbosa).

Aos 60 anos, Varella mergulha no “laboratório social” do Anhangabaú – o espaço urbano que, segundo o autor, é aquele que mais se transformou simbólica e espacialmente ao longo dos anos. Em suas páginas, acompanhamos um Vale do Anhangabaú que nasceu como um “pântano insalubre e território de rãs coaxantes” e desenvolveu-se ao sabor dos movimentos sociais, políticos, culturais e econômicos. Ou seja, um vale que já teve várias encarnações, que já foi uma mera passagem de veículos, um projeto de parque e convivência urbana e até local de grandes manifestações populares.

A paixão de Péricles pelo Vale do Anhangabaú pode ter começado ainda criança, nos passeios a pé pelo Vale e pelo Viaduto do Chá. Mas o ponto de inflexão foi sua participação no concurso público, realizado em 1981, para a reurbanização do mesmo.

O concurso, detalhado no livro (com a apresentação dos projetos finalistas), nasceu de uma sugestão dada pelo repórter Júlio Moreno que, na ocasião, trabalhava no Jornal da Tarde, ao prefeito Reynaldo de Barros. O concurso, realizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP), contou com 153 inscritos e 93 projetos entregues. Péricles participou do concurso com o projeto desenvolvido pelo escritório do seu pai, o arquiteto Elgson Ribeiro Gomes. O escritório de Gomes ficou com o segundo lugar. O projeto vencedor foi o idealizado pelos arquitetos Jorge Wilheim e Rosa Grena Kliass.

Sobre a participação de Péricles e do escritório de seu pai, o livro traz um trecho de uma reportagem escrita pelo jornalista e escritor Laurentino Gomes: “Durante mais de 20 anos, um arquiteto de Curitiba, Elgson Ribeiro Gomes, guardou em um velho álbum, no seu escritório, uma fotografia que mostra uma imagem triste: a última árvore arrancada pelos tratores durante a abertura das pistas de trânsito do vale do Anhangabaú, em 1948. Ontem, junto com uma eufórica equipe de jovens arquitetos e estudantes de Arquitetura que trabalham no escritório, ele exibia essa foto quase que triunfante, satisfeito por ter participado de um esforço para reurbanizar o vale, para que ali o verde e as pessoas possam ter, novamente, seu lugar privilegiado.”

Atualmente, o Anhangabaú passa por mais uma remodelação. A conclusão das obras estava prevista para 30 de outubro, mas foi adiada (trata-se do décimo adiamento) para 29 de dezembro. O custo total da obra é de R$ 93,8 milhões. A obra tem recebido críticas por parte da população, especialmente em relação à pavimentação de grande parte do espaço.

O livro Vales Imaginários – Anhangabaú será comercializado a partir de 10 de novembro. O evento de lançamento em Curitiba está marcado para o dia 25. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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