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Tarsila do Amaral é homenageada em exposição dedicada ao público infantil

Dividida em sete estações, a mostra ocupa 490 m² dos pisos 19 e 20 do prédio que é cartão-postal da cidade. Pensada para aproximar ainda mais...

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Por Agência Estado

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Um dos maiores nomes das artes plásticas brasileiras, referência entre os modernistas, vem há tempos conquistando um público cada vez mais novo. Talvez por seus personagens, suas cores, o certo é que Tarsila do Amaral tem essa conexão com os mais jovens. Seguindo essa visão, será aberta nesta terça, 26, no Farol Santander, a exposição Tarsila para Crianças, que tem curadoria de Tarsila do Amaral, sobrinha-neta da artista, e ainda Patricia Engel Secco e Karina Israel.

Dividida em sete estações, a mostra ocupa 490 m² dos pisos 19 e 20 do prédio que é cartão-postal da cidade. Pensada para aproximar ainda mais o público da pintora, a exposição conta com tecnologia sensorial, sendo possível uma imersão direta em seus cenários, complementados por narrativas interligadas, proporcionando uma viagem pelas cores e personagens de Tarsila, como se o público fizesse parte das obras.

A proximidade com um público ainda jovem com a obra da modernista brasileira faz sua sobrinha-neta festejar. “Acabamos de fazer uma exposição no Masp com as obras dela, mas há muito tempo tenho ido atrás de outra linguagem, pois temos de atingir esse público infantil, que, daqui a pouco, será adulto e vai apreciar arte, ir a mostras e, com certeza, gostar da obra da minha tia, então precisamos cativar essa geração”, afirma Tarsila do Amaral, ou Tarsilinha, como gosta de ser tratada e como era chamada pela tia-avó.

A exposição tem início no 20º andar, onde estão montadas quatro estações, a Vila dos Sentidos, a Toca da Cuca, o Universo Tarsila e a Floresta Negra. Depois, no 19.º andar, as três últimas, o Jardim Afetivo, As Cores de Tarsila e Papo com Abaporu. De acordo com Tarsilinha, o fundamental do evento é pôr a criança e o jovem em contato direto com as obras de Tarsila. “A ideia é mostrar a obra dela de forma que o público entre, de fato, na obra, daí entender e interagir com ela”, conta, enfatizando que isso se dará de várias maneiras, usando nossos sentidos, além de ter uma mãozinha da tecnologia.

No trajeto, entre os caminhos traçados pelas curadoras, o público vai perceber e sentir a obra de Tarsila do Amaral. Em cada fase, uma surpresa salta aos olhos, ativando algum ponto do cérebro para perceber as obras e seus significados, para estimular os sentidos. Assim, em cada uma das estações estão ambientes coloridos e ricos em informações, criados para integrar o público com os elementos das obras. “Logo no começo, tem uma coisa mais afetiva, remetendo à infância de Tarsila, com casinha, uma feira, animais, mostrando como foi a infância dela na fazenda da família”, revela a sobrinha.

Na sequência vem a parte dos sentidos, em que é possível surge o cheiro do mato e das flores. “Terá também como ouvir os sons que remetem a quatro quadros da artista, tem os sons do sapinho, do grilo, da estação de trem, e de uma caixinha de música.”

Um outro quadro relevante na trajetória da artista e adquirido recentemente pelo MoMA, de Nova York, A Lua também tem seu lugar na exposição, em cenário interativo. É que nele há um balanço, que pode ser usado pelo público, seja para diversão ou para tirar fotos. Já pensou em fazer alguma pergunta para o próprio Abaporu? Pois lá você terá essa oportunidade: por meio de totens em touchscreen, você pergunta e o personagem responde.

Em outro ponto, a estrela será a Toca da Cuca, que inclui projeções, além da inusitada sala do Abaporu. Mexer com a imaginação do público é o objetivo da exposição e, segundo Tarsilinha, as crianças terão ainda a oportunidade de interagir com alguns elementos das obras, com ou sem o uso da tecnologia.

“Elas poderão pintar e ainda se divertir com a possibilidade de fazer algumas releituras, como colocar piercing em personagem ou mesmo calçar tênis no Abaporu. Mais que tudo isso, uma característica muito especial na obra dela é a presença da natureza, o que pode incentivar as crianças a cuidar do meio ambiente”, analisa Tarsilinha. “A infância tem um lado muito forte na obra dela, pois reflete tudo o que vivenciou no campo, quando morou na fazenda São Bernardo, no interior de São Paulo.”

Cheia de orgulho por ser da família de Tarsila, de ter convivido com ela e agora cuidar de seu legado, Tarsilinha diz acreditar que, ao aproximar a criança do mundo da artista, leva junto os adultos, que estarão acompanhando os pequenos. “A gente já fez outras mostras, com outros formatos, mas essa é maior, mais caprichada. O foco central é a criança, mas, com certeza, vai atrair adultos também, que vão curtir essa interatividade.”

Uma mulher que superou os obstáculos sociais, em uma época em que a sociedade era ainda mais fechada e preconceituosa, que não via com bons olhos uma mulher se destacar como pintora. “Ela sempre quis levar o Brasil para fora. Seu lado humano também se destaca em sua trajetória. A tia Tarsila foi de uma generosidade imensa. Essa mulher é o protótipo da empoderamento feminino, só que há cem anos, uma pessoa inspiradora, que vem inspirando gerações”, conta a sobrinha-neta, que enfatiza sua responsabilidade com a perpetuação da obra de Tarsila.

SERVIÇO

TARSILA PARA CRIANÇAS
FAROL SANTANDER. R. JOÃO BRÍCOLA, 24, TEL. 3553-5627. ABERTURA 3ª (26). 3ª A DOM., 9H/20H. R$ 25 (VISITAÇÃO COMPLETA AO SANTANDER). ATÉ 2/2/2020

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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