Dólar sobe 2% na semana e vai a R$ 5,64 com risco fiscal do Brasil

No fechamento, o dólar à vista encerrou a sexta-feira, 16, em R$ 5,6450, com alta de 0,34%. No ano, a moeda americana sobe 40,7%. No mercado...

Publicado em

Por Agência Estado

O dólar fechou a semana com valorização de 2,12%, após acumular perdas na semana passada. Preocupações com a situação fiscal do Brasil voltaram a pesar e a impedir melhora do real, mesmo com o exterior positivo, como foi nesta sexta-feira, dia que marcou a quarta alta seguida da moeda americana no mercado doméstico. O dólar caiu ante a maioria das moedas mundiais, mas subiu no Brasil, em meio às crescentes dúvidas sobre o respeito ao teto de gastos em 2021 e ainda a discussão sobre o elevado montante de vencimento da dívida pública no começo do próximo ano.

No fechamento, o dólar à vista encerrou a sexta-feira, 16, em R$ 5,6450, com alta de 0,34%. No ano, a moeda americana sobe 40,7%. No mercado futuro, o dólar com liquidação para novembro subia 0,54% às 17h, negociado em R$ 5,6465.

JPMorgan, Citigroup, Société Générale, Commerzbank, Barclays e Bank of America estão entre os bancos internacionais que fizeram alertas recentes sobre a situação fiscal do Brasil a seus clientes. “Incertezas fiscais provavelmente vão permanecer no foco no Brasil e na África do Sul”, comentam os economistas do inglês Barclays. Em Nova York, os estrategistas do Citi avaliam que o risco fiscal está contendo a apreciação do real. O banco americano calcula que a moeda brasileira está 15% mais depreciada do que sugerem os fundamentos globais da economia brasileira.

Apesar de a atividade econômica do Brasil estar retomando em nível rápido e melhor que seus pares, a analista de moedas e mercados emergentes do Commerzbank, Alexandra Bechtel, destaca que este fato não tem ajudado a retirar pressão do câmbio. “A incerteza sobre os desdobramentos das finanças nacionais permanece alta e provavelmente vai continuar a criar pressão para o real”, avalia ela. O banco alemão prevê o dólar em R$ 5,60 no final do ano, R$ 5,20 na metade de 2021 e R$ 5,00 em dezembro.

Novas preocupações de que o governo brasileiro possa violar o teto de gastos, ou mesmo desistir do mecanismo, vão seguir pressionando o real, comenta a analista do Commerzbank. Mesmo que o governo tenha insistido recentemente que vai respeitar o teto, Alexandra Bechtel ressalta que os detalhes de como isso será feito não estão claros. Ela avalia que Jair Bolsonaro vai seguir pressionando o ministério da Economia por mais gastos sociais, na medida em que foram as transferências de renda aos mais pobres que ajudaram a aumentar sua popularidade em meio à pandemia.

Google News

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais
Sair da versão mobile