Bolsa fecha na mínima do dia, em baixa de 0,75%, mas avança 0,85% na semana

Ao fim, o Ibovespa mostrava perda de 0,75%, aos 98.309,12 pontos, na mínima da sessão, saindo de máxima a 99.171,96, com abertura a 99.054,06 pontos. Na...

Publicado em

Por Agência Estado

O Ibovespa perdeu a carona do dia majoritariamente positivo na Europa e em Nova York, onde dados favoráveis sobre o varejo e a confiança do consumidor americano contribuíram para que Wall Street interrompesse perdas que haviam se estendido por três sessões. Na B3, mesmo com o estrangeiro de volta às compras neste mês até o dia 14, prevaleceram temores sobre a situação fiscal, que desperta a atenção do mercado para os vencimentos do Tesouro no primeiro quadrimestre de 2021 – a percepção começa a ser de que o BC precisará elevar os juros para atrair interesse ao financiamento da dívida.

Ao fim, o Ibovespa mostrava perda de 0,75%, aos 98.309,12 pontos, na mínima da sessão, saindo de máxima a 99.171,96, com abertura a 99.054,06 pontos. Na semana, o ganho ficou limitado a 0,85%, ainda assim o segundo semanal consecutivo, colocando o avanço acumulado em outubro a 3,92% nesta virada para a segunda quinzena do mês, após perdas de 4,80% em setembro e de 3,44% ao longo de agosto. O giro financeiro desta sexta-feira foi de R$ 22,5 bilhões.

“Seria interessante se o Copom, na próxima reunião, desse sinal sobre a possibilidade de aumento da Selic, apesar da tranquilidade que tem mostrado sobre a inflação. A sinalização contribuiria para acalmar o mercado e melhorar as condições para os vencimentos do primeiro trimestre, de R$ 640 bilhões. A taxa de juros para janeiro de 2022 estava hoje em 3,4% ou 3,5%. Esta Selic a 2% não está servindo para muita coisa”, diz Marcelo Serrano, sócio-gestor da União Investimentos. “O mercado tem exigido prazos mais curtos e taxas maiores do governo, que tem sido obrigado a pagar mais, inclusive nas prefixadas.”

Nesta sexta-feira na B3, a reação positiva ao balanço da CSN (+0,41% no fechamento), na inauguração da temporada do terceiro trimestre, colocou o setor de siderurgia entre os destaques pelo segundo dia (Usiminas +4,33%), mais uma vez em contraponto ao desempenho ruim de commodities (Petrobras ON -2,48%, PN -2,13%) e de bancos (Santander -3,12% e Bradesco ON -2,66%). Na ponta do Ibovespa, Braskem subiu hoje 5,58%, seguida por Suzano (+4,61%) e Usiminas. No lado oposto, Cogna caiu 4,17%, à frente de Yduqs (-3,30%) e Santander.

“O fiscal é o nosso principal problema e tem sido acompanhado com lupa pelo investidor doméstico, que hoje tem participação muito maior no financiamento da dívida, e pelo estrangeiro. O tempo corre contra a situação fiscal e, se não resolver, a dívida vai pra 100% do PIB. É um cenário que tem se deteriorado gradativamente”, diz Mauro Morelli, estrategista da Davos Investimentos, chamando atenção para a inflação que, mesmo sem ter decolado de forma preocupante, traz um “desconforto no descasamento entre IGP-M e IPCA”. “O próximo movimento do BC sobre a Selic tende a ser de alta, não neste ano, mas provavelmente no segundo semestre (de 2021), talvez mesmo antes, no segundo trimestre”, acrescenta.

A perspectiva de Morelli, contudo, é positiva para o Ibovespa, que pode vir a atingir os 110 mil pontos em horizonte de três a seis meses, em movimento acompanhado por volatilidade. Nas próximas semanas, fatores de risco externos, como a segunda onda de covid-19 na Europa e especialmente o desenlace da eleição americana, continuarão a exigir atenção e cautela. “Saímos dos 94 mil para os 98, 99 mil, mas tem faltado força. No início da semana, S&P 500 e Nasdaq estavam perto do topo, com o Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos”, acrescenta. “Há um pequeno aumento de aversão aos emergentes como um todo, não só com o Brasil.”

Google News

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais
Sair da versão mobile