Rio e DF se alternam com os piores índices de mortes por covid-19

Com mais de 18,5 mil mortes notificadas, o Rio proporcionalmente se equipara a regiões mais duramente atingidas pela infecção, como a Lombardia, na Itália, e Nova...

Publicado em

Por Agência Estado

Entre as 27 unidades federativas do País, Distrito Federal e Rio de Janeiro se alternam no topo da pior colocação no critério de mortes por milhão de habitantes – com 1.088 e 1.075 mortos respectivamente. Cada um tem suas particularidades, mas especialistas apontam pontos em comum que ajudam a explicar o mau desempenho das duas regiões: a falta de testes, áreas pobres, carência de atendimento médico básico e a dificuldade para fazer isolamento social.

Com mais de 18,5 mil mortes notificadas, o Rio proporcionalmente se equipara a regiões mais duramente atingidas pela infecção, como a Lombardia, na Itália, e Nova Jersey e Nova York, nos EUA. Para se ter ideia, levantamento do grupo Covid-19 Analytics, formado por especialistas da PUC-Rio e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que San Marino, com população de apenas 33,7 mil habitantes, que nem sequer daria para encher o Maracanã, é o único país do mundo com taxa de óbito superior ao do Estado.

Não há consenso entre especialistas para explicar a situação do Rio. Entretanto, todos são unânimes em afirmar que o número de testagem e rastreamento de casos é baixo e faltou coordenação entre autoridades federais, estaduais e municipais. Segundo a pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, até as informações para entender o modelo de comportamento da covid-19 no Estado são insuficientes. “Não sabemos dizer o que caracteriza o recrudescimento da epidemia, se ele está ligado ou não ao relaxamento do isolamento.”

Integrante do Centro de Gestão em Saúde da Coppead/UFRJ, Chrystina Barros avalia que o Rio também sofre com questões políticas e suspeitas de desvio de recursos públicos. Estado e capital, enfatiza, “enfrentam problemas seriíssimos de corrupção”.

Entorno ruim

Já o Distrito Federal registra, em números absolutos, mais de 190 mil casos e 3,2 mil mortes pela covid. Para os pesquisadores, diferenças sociais e econômicas entre Brasília e regiões do entorno ajudam a explicar o cenário ruim. “Temos serviço especializado basicamente no Plano Piloto, mas não o temos nas regiões periféricas, como Ceilândia, Samambaia ou Paranoá – e outros que não têm a tecnologia especializada e voltada à atenção desses pacientes”, observa o epidemiologista Wildo de Araújo, professor da Universidade de Brasília (UnB). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Google News

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais
Sair da versão mobile