Defensora de mulheres, colombiana recebe prêmio da Associação Mundial de Editores

“Ao falar a verdade ao poder, buscando justiça e se esforçando para acabar com a impunidade, você (Jineth) representa o melhor de nossa profissão”, afirmou o...

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Por Agência Estado

A jornalista colombiana Jineth Bedoya Lima recebeu nesta quarta-feira, 16, o Golden Pen of Freedom, prêmio de liberdade de imprensa oferecido pela Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-Ifra, na sigla em inglês). A carreira de Jineth é marcada pela cobertura de conflitos armados em seu país e por reportagens sobre tráfico de drogas e violência de gênero, entre outros temas. Alvo de sequestro, tortura e abuso sexual no exercício da profissão, ela não deixou de atuar na produção de reportagens e é atualmente reconhecida como uma liderança por denunciar ações de violência sexual contra mulheres.

“Ao falar a verdade ao poder, buscando justiça e se esforçando para acabar com a impunidade, você (Jineth) representa o melhor de nossa profissão”, afirmou o presidente do Fórum Mundial de Editores da instituição, Warren Fernandez, durante a cerimônia de entrega do prêmio.

A honraria é concedida anualmente em reconhecimento a indivíduos, grupos ou instituições que contribuíram significativamente para a defesa e a promoção da liberdade de imprensa. Um dos objetivos do prêmio, segundo a WAN-Ifra, é chamar a atenção do público para governos repressivos e para os jornalistas que os combatem.

No ano passado, o homenageado foi o jornalista saudita Jamal Khashoggi, que recebeu a medalha de maneira póstuma. Crítico ao governo da Arábia Saudita, ele foi assassinado em 2018, dentro do consulado de seu país em Istambul.

Este ano, a entidade ressalta os impactos da pandemia no exercício da profissão e a relevância do jornalismo nesse cenário. “Enquanto o mundo continua a lidar com a pandemia de covid-19, nós nos solidarizamos com os profissionais da mídia ao redor do globo, que continuam a noticiar e reportar fatos em meio aos crescentes desafios”, diz a organização do evento.

Para manter os protocolos de distanciamento social, a entrega do prêmio ocorreu durante cerimônia virtual. Houve ainda uma mesa de discussão sobre as perspectivas para a liberdade de imprensa. “Este ano, com a questão sanitária, estamos enfrentando novos desafios. Isso significa que temos que fornecer um jornalismo completamente responsável, garantindo que o que transmitimos à nossa audiência seja verdadeiro”, destacou Jineth Bedoya Lima durante o debate.

Ela ainda fez um apelo para que a imprensa intensifique a cobertura sobre violência de gênero neste momento. “Esse é um dos dramas mundiais e, com a pandemia, ele cresceu”, afirmou.

Os participantes do evento também pontuaram que, com uma grande responsabilidade em mãos, a imprensa enfrenta desafios para garantir sua atuação de maneira autônoma. Eles citaram a escalada de líderes autoritários, as dificuldades crescentes de financiamento e a difusão de notícias falsas e desinformação, mas disseram que, nesse contexto, o jornalismo ganhou ainda mais importância.

“Nunca antes nossa audiência se voltou para as redações em um volume tão grande”, disse o presidente do Fórum Mundial de Editores da instituição, Warren Fernandez. “Para ajudá-los a separar fato de ficção e a proteger suas famílias, nunca antes a mídia foi tão vital.”

“Em um dia como hoje, eu não gostaria de terminar meu discurso sem destacar e reconhecer o papel da grande imprensa”, afirmou o rei da Espanha, Felipe VI, que encerrou a cerimônia. “Vocês não renunciaram aos seus princípios e sua razão de ser, por isso são tão importantes para as sociedades democráticas, nas quais o pluralismo de informação é uma garantia de sua própria existência.”

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