AMP

Projeto Ártemis avalia genética de pacientes que sofreram AVC

Estudo coordenado pelo Hospital Moinhos de Vento (HMV) e financiado pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único......

Publicado em

Por CGN

Estudo coordenado pelo Hospital Moinhos de Vento (HMV) e financiado pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), vai procurar avaliar a genética dos pacientes que tiveram um acidente vascular cerebral isquêmico (AVC isquêmico). Esta é uma doença que ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos, de acordo com o Ministério da Saúde.

Segundo Ana Cláudia de Souza, o projeto Ártemis-Brasil vai abrir a porta da medicina de precisão, principalmente no Sistema Único de Saúde (SUS). A partir desses dados, os pesquisadores pretendem contribuir para modelos de cuidado mais personalizados dentro do SUS.

Participantes

Onze centros de referência no atendimento ao AVC, distribuídos por todas as regiões brasileiras, participam do estudo.

“São todos centros de alta complexidade que atendem pacientes com AVC no SUS. Vai ser uma boa contribuição para o nosso SUS”. O estudo já foi iniciado e incluiu o primeiro participante em novembro passado. O objetivo, disse a doutora Ana Cláudia, é chegar a mil participantes até o final de 2026. Serão incluídos 500 pacientes que tiveram AVC isquêmico e 500 pessoas saudáveis que nunca tiveram histórico de AVC. “Para que a gente possa fazer uma comparação entre as alterações que realmente levam à doença, é preciso comparar pessoas que tiveram AVC com outras que nunca apresentaram a doença”.

O tratamento do AVC, principalmente na fase aguda, evoluiu muito no Brasil, nos últimos 20 anos, muito em razão do trabalho da Rede Brasil AVC e da Sociedade Brasileira de AVC, que conseguiram trazer para o SUS tratamento que ajuda as pessoas na fase aguda, para desentupir um vaso cerebral quando um coágulo está entupindo, e leva aos sintomas do AVC e, mais recentemente, outro tratamento feito em alguns centros do SUS que fazem o que se denomina de cateterismo cerebral, que é a trombectomia mecânica, que remove o coágulo.

“É muito parecido com o cateterismo que a gente faz no coração, só que nos vasos do cérebro”, explicou Ana Cláudia. Admitindo que o tratamento precisa muito ainda expandir para áreas de vazio assistencial do país, em especial das regiões Norte e Nordeste. “Mas a gente evoluiu bastante nos últimos anos,” explicou.

Impacto

O impacto do AVC no Brasil é muito alto. Dados da Rede Brasil AVC mostram que 85.427 pessoas morreram em decorrência da doença, em 2024. Nos anos anteriores, os registros também foram altos: 81.822 óbitos em 2021, 87.749 em 2022 e 84.931 em 2023. De acordo com o Ministério da Saúde, o AVC segue como a principal causa de morte e incapacidade no país, com 11 óbitos por hora.

“Os últimos dados mostram que ele voltou a ser a primeira causa de morte no nosso país e é a causa de maior incapacidade de todas as doenças”, indicou Ana Cláudia. Após um AVC, a pessoa pode ficar sem falar, sem se movimentar, e isso traz um impacto elevado para as famílias, para o próprio doente e para a nação, refletindo em custo alto também no SUS, acrescentou a neurologista.

Daí a importância da prevenção, não só dos principais fatores de risco, que aumentam a chance de a pessoa ter um AVC, como pressão alta, diabetes, fumo, maus hábitos de vida, má alimentação, mas também estratégias para depois que a pessoa teve um AVC, de modo a prevenir para que não tenha um segundo acidente desse tipo.

“Aí acaba entrando também o projeto Ártemis-Brasil, porque cada indivíduo é único na sua genética. E a gente, entendendo melhor como são essas características, consegue fazer uma prevenção muito mais precisa para essa pessoa. Pode indicar um tratamento específico, um regime de exercícios, alimentação, com base nesse perfil,”  disse.

 

Fonte: Agência Brasil

Veja Mais

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Sair da versão mobile
agora
Plantão CGN
X