Comissão da OEA condena violência na Bolívia e pede proteção aos direitos humanos

Segundo dados citados pela CIDH em comunicado, três pessoas morreram, 421 ficaram feridas e 222 foram presas após as eleições de 20 de outubro, que tiveram...

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Por Agência Estado

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), expressou preocupação nesta segunda-feira sobre a crise política e a situação dos direitos humanos na Bolívia, um dia depois de o agora ex-presidente, Evo Morales, renunciar à presidência do país.

Segundo dados citados pela CIDH em comunicado, três pessoas morreram, 421 ficaram feridas e 222 foram presas após as eleições de 20 de outubro, que tiveram suspeitas de fraude e desencadearam uma onda de protestos contra o governo.

“A situação se agravou por novos atos de violência partidária em que foram registrados perseguições, saques, incêndios de ônibus e de edifícios”, afirma a CIDH, acrescentando que nas últimas horas houve ataques e roubos a residências de pessoas comuns e autoridades, incluindo a casa de Evo Morales.

O órgão da OEA pede a atores políticos e sociais que parem “todo ato de violência por parte de organizações ou movimentos cidadãos” e ressalta que o Estado deve investigar e punir os responsáveis. “A Comissão condena todo ato de violência e faz um chamado ao Estado para que garanta o respeito aos direitos humanos de todas as pessoas, sem distinção alguma de ideologia, vínculo político ou cargo”, diz o documento.

Ontem, Evo Morales e outros três políticos na linha sucessória da Bolívia renunciaram. Em comunicado na TV, ao lado do vice, Álvaro García Linera, Morales disse ter sido vítima “de um golpe de Estado” e que era sua “obrigação” como primeiro presidente indígena do país buscar a pacificação.

Horas antes, o comandante das Forças Armadas da Bolívia, Williams Kaliman, havia pedido que o agora ex-presidente renunciasse ao cargo. Pela manhã, Morales tinha anunciado a convocação de um novo pleito eleitoral, depois que a OEA afirmou em um relatório preliminar ter observado “sérias irregularidades” nos resultados da eleição de outubro. A suspeita de fraude também resultou na prisão da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da Bolívia, Maria Eugenia Choque, e do vice-presidente da Corte, Antonio Costas.

Evo Morales foi o primeiro presidente indígena da Bolívia e esteve no poder por 13 anos e nove meses, o mandato mais longo da história do país sul-americano.

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