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Simepar estuda impacto dos gases de efeito estufa no Paraná até 2100 - Na foto,imaagem ilustrativa de Loanda,Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

Simepar estuda impacto dos gases de efeito estufa no Paraná até 2100

O programa fez uma medida de resiliência dos municípios, utilizando o período histórico de 1850 a 1900, cenário depois do período pré-industrial, e o cenário de......

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Simepar estuda impacto dos gases de efeito estufa no Paraná até 2100 - Na foto,imaagem ilustrativa de Loanda,Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

Para estudar a emissão e o impacto dos gases de efeito estufa no Paraná, um grupo de pesquisadores do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), em um convênio com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável (Sedest), desenvolveu o Programa Paranaense de Mudanças Climáticas (Paranaclima).

O programa fez uma medida de resiliência dos municípios, utilizando o período histórico de 1850 a 1900, cenário depois do período pré-industrial, e o cenário de 2014 até o momento e criou projeções até 2100. É um produto que reforça o planejamento do Estado no quesito sustentabilidade. O Paraná foi eleito nos últimos quatro anos o mais sustentável do País pelo Ranking de Competitividade dos Estados.

Utilizando dados de eventos registrados pela Defesa Civil do Estado, o levantamento iniciado em 2016 e encerrado em 2023 traz informações sobre as emissões de gases e projeção de vulnerabilidade a ocorrência de desastres em cada município do Paraná.

Mesmo em um cenário de baixas emissões radiativas, entre 2031 e 2060, alguns dos municípios que ficarão mais vulneráveis a ocorrências relacionadas a excesso hídrico, ou seja, tempestades capazes de causar enchentes, deslizamentos e alagamentos, por exemplo, são Santa Isabel do Ivaí, Planaltina do Paraná, Nova Londrina, Cafezal do Sul, Francisco Alves e Nova Santa Bárbara.

Se as emissões aumentarem, na maior parte do Estado aumenta o risco de vulnerabilidade às fortes chuvas, de baixa para média ou alta, no mesmo período. Em um cenário de 2061 a 2090, todas as cidades do Estado entram em uma situação – mesmo que baixa – de vulnerabilidade.

Com relação às secas, em um cenário de baixas emissões radiativas, entre 2031 e 2060 os municípios com maior vulnerabilidade são Laranjal e Nova Santa Bárbara. Se as emissões aumentarem, Santa Cecília do Pavão, Santa Mariana, Bela Vista do Paraíso, Cruzeiro do Sul, Guairacá, Rosário do Ivaí, Ivaiporã e Iretama entram na lista de alta vulnerabilidade para secas. Na projeção de 2061 a 2090, todo o Estado apresenta vulnerabilidade média ou alta para secas.

“A região do Baixo Ivaí, por exemplo, tem um solo do tipo latossolo arenoso-médio com baixa absorção de água e, portanto, sujeito a erosão. Já com relação a ocorrências registradas por excesso hídrico, as regiões metropolitanas são as responsáveis pelos maiores casos: Curitiba, Cascavel, Maringá e Londrina”, explica Reinaldo Silveira, pesquisador do Simepar e membro da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Reinaldo Silveira possui Ph.D. em Matemática Aplicada pela Universidade de Essex, no Reino Unido e é doutor em Ciências Atmosféricas pela Universidade de São Paulo. Ele participou como instrutor e pesquisador no Projeto PREVDA para implementação do Centro Integrado de Desastres e Alerta Antecipado de Eventos Meteorológicos e Hidrológicos Severos (CIMHAC) para a América Central.

De acordo com ele, as informações do Paranaclima são úteis para a população compreender o que são as mudanças climáticas e quais seus impactos, e também servem para decisões importantes para mitigar as emissões de gases. Prefeituras, por exemplo, podem criar parques urbanos com preservação de matas para melhoria da qualidade do ar e para aumentar a área de agregação de CO2.

“Podem também diminuir o transporte individual, incentivando o transporte solidário e melhorando o transporte público. A forma de tomada de decisão deve passar por um engajamento da sociedade, através de chamadas públicas para a criação de planos de ação governamental”, ressalta o pesquisador.

As projeções apontadas nos levantamentos feitos sobre mudanças climáticas envolvem muitos fatores e consequências. O aumento de temperatura causa aumento no acúmulo de vetores para doenças como dengue e chikungunya, mas o calor não é o único problema. O frio extremo e a poluição também são impactos do efeito estufa que aumentam as doenças respiratórias.

“Tem sido relatados mais eventos climáticos, não necessariamente eles têm ocorrido em maior intensidade. Aumentos na temperatura, excesso de calor, excesso de umidade, potencial para mais tempestades, são características do clima. Quando a gente fala de mudanças climáticas, estamos falando de uma projeção para longo prazo”, acrescenta Silveira. 

EFEITO ESTUFA – A temperatura no mundo está 1,36°C acima da média. Se a emissão de gases de efeito estufa continuar assim, até 2100 o planeta terá 2°C de temperatura a mais. Caso as emissões radiativas aumentem, em um cenário mais extremo, a temperatura pode subir até 4,8°C.

Isso impacta em todos os aspectos da vida humana, e é por conta do cenário alarmante que o 16 de março, Dia Nacional de Conscientização Sobre as Mudanças Climáticas, é lembrado todos os anos. 

Os principais gases de efeito estufa são o dióxido de carbono (CO2), o metano e o óxido nitroso, mas é o CO2 que representa mais de 70% das emissões. Como muitas atividades humanas emitem uma grande quantidade desses gases, a camada que protege a nossa atmosfera tem ficado cada vez mais grossa. Com isso, há maior retenção de calor na Terra e, consequentemente, aumento na temperatura da atmosfera terrestre.

Fonte: AEN

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