‘Democracia sai fortalecida na Bolívia’, diz ministro da Defesa brasileiro

Segundo ele, os ministérios das Relações Exteriores e da Defesa estão “acompanhando atentamente” a evolução de todo esse processo no país vizinho. Na avaliação do ministro,...

Publicado em

Por Agência Estado

O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, disse ao Estadão/Broadcast Político que “a democracia saiu fortalecida” com a decisão de Evo Morales renunciar à presidência da Bolívia. O general exaltou ainda a importância do papel das Forças Armadas neste episódio, de “apoio à democracia” e na “defesa da lisura das eleições”.

Segundo ele, os ministérios das Relações Exteriores e da Defesa estão “acompanhando atentamente” a evolução de todo esse processo no país vizinho. Na avaliação do ministro, a tendência é que com a renúncia “a situação se acalme”. O ministro, que defendeu a necessidade de todas as eleições seres auditadas e fiscalizadas, observou ainda o papel da Organização dos Estados Americanos (OEA), que estava lá fiscalizando o processo, e que “com certeza” ajudou no desenrolar da situação.

Entre interlocutores diretos do presidente e integrantes da cúpula das Forças Armadas, a renúncia foi classificada como “um alívio”. A renúncia, comentou um deles, ajuda a diminuir a pressão que estava sendo sentida na América Latina, com vários países em conflagração, e a possibilidade de respingar no Brasil, principalmente depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a prisão e, na visão dos militares, passou a incitar os militantes petistas a confrontos.

“Já vai tarde”, disse um dos integrantes do Alto Comando das Forças Armadas, consultado pela reportagem. Para este oficial-general, o ideal é que este episódio sirva de “incentivo” a Nicolás Maduro, para que ele deixasse também o poder na Venezuela e libertasse dos venezuelanos da ditadura imposta pela esquerda naquele País.

Para outro oficial-general, esse episódio na Bolívia deixa claro que houve fraude no processo eleitoral e ajuda a enfraquecer o discurso da esquerda, principalmente no Brasil, que acusará o golpe, em um momento em que Lula estava buscando apoio internacional para o seu discurso de tentativa de volta ao poder.

Na reunião do presidente Jair Bolsonaro ontem, com ministros militares e comandantes de forças armadas, já havia uma preocupação grande com a subida da temperatura da Bolívia, que ontem teve agravadas manifestações e confrontos. A cúpula do governo mostrou-se, também preocupada com a possibilidade dessas manifestações transbordarem para o Brasil com a nova onda criada pela soltura de Lula.

Por enquanto, ainda não há sinais de que protestos violentos possam ocorrer no Brasil. Mas o governo acompanha atentamente a evolução dos fatos.

No caso da Bolívia, neste momento, a avaliação é a de muita cautela sobre os posicionamentos, porque ainda não se sabe exatamente o que acontecera lá. No entanto, não há como negar que a comemoração era grande pelo fato de ajudar a enfrentar o discurso da esquerda e o arco que os esquerdistas estavam tentando ampliar na América Latina, ao redor do Brasil.

A avaliação é de que o episódio serve também de contraponto à eleição de Alberto Fernando e Cristina Kirchner na Argentina.

Google News

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais
Sair da versão mobile