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Reviravolta: Ana Castela processa investidor após acusação de golpe milionário

Pois bem. Ana Castela se manifestou na ação de prestação de contas, mesmo não sendo ré, e moveu um outro processo contra Agesner Monteiro, com o objetivo...

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Por Diego Cavalcante

Reprodução redes sociais

A disputa milionária envolvendo Ana Castela e seu investidor, Agesner Monteiro, ganhou um novo capítulo. O empresário, que detém contratualmente 20% de participação na carreira da artista, acusa a cantora e seus sócios, Rodolfo Alessi e Raphael Soares, de afastá-lo ilegalmente das participações e dos lucros, privando-o de ganhos de shows, royalties e contratos publicitários, em valores que podem ultrapassar R$ 150 milhões.

Pois bem. Ana Castela se manifestou na ação de prestação de contas, mesmo não sendo ré, e moveu um outro processo contra Agesner Monteiro, com o objetivo de declarar o contrato que tinha com ele nulo.

Manifestação de Ana Castela

Após Agesner Monteiro ajuizar a ação, Rodolfo e Raphael sustentaram não haver qualquer avença entre as partes e, por essa razão, ele não poderia exigir a prestação de quaisquer contas.

Tempos após a defesa, Ana Castela decidiu se manifestar pela primeira vez na ação. A cantora endossou todos os argumentos expostos pelos empresários. Segundo a sertaneja, o contrato de investimentos com Monteiro foi encerrado em 2022. Ela afirmou que, ao ajuizar a ação, o investidor busca enriquecer de forma indevida.

Ana Castela já teria se manifestado de forma expressa pela extinção do contrato. A cantora afirmou que o documento foi fruto de um vício de consentimento. A Boiadeira relatou ter assinado o documento quando era menor de idade, por exigência de Agesner Monteiro. Ela disse, também, que após extinguir o contrato com o investidor, resolveu celebrar um novo documento com Rodolfo e Raphael, por livre vontade. Desse, por sua vez, sobreveio uma sociedade que é a atual responsável pelo agenciamento de sua carreira.

A coluna soube, também, que Ana Castela passou a fazer parte do processo na condição de assistente. Em setembro de 2024, após Agesner impugnar a defesa apresentada pelos empresários, o investidor da sertaneja pediu a produção de uma prova documental e oral, ou seja, o depoimento pessoal da própria cantora.

Monteiro chegou a pedir a nomeação de um perito para calcular os ativos futuros da artista em razão dos fluxos de caixa que propiciariam retorno a ele enquanto investidor. De outro modo, os réus pediram a suspensão do feito enquanto o processo que busca anular o documento contratual tramita na justiça. Além disso, revidaram ao pedir uma audiência para oitiva de testemunhas e de um depoimento pessoal de Monteiro.

A ação movida por Ana Castela contra Agesner Monteiro

Para entender por completo o imbróglio entre Agesner Monteiro, Ana Castela, Rodolfo e Raphael, é preciso se debruçar sobre a ação movida pela sertaneja em paralelo à ação de prestação de contas de Agesner.

A Boiadeira ajuizou uma ação declaratória com o objetivo de declarar nulo um contato celebrado com Monteiro. Nesse contrato, Rodolfo e Raphael aparecem como intervenientes.

Na Justiça, Ana Castela explicou que foi realizado um contrato em que Agesner Monteiro deveria investir R$ 100 mil em sua carreira. Em retorno, o investidor receberia o montante, além de 20% de todas as receitas geradas pela sertaneja, por um período de seis anos. O contrato foi dado por encerrado pela cantora através de uma notificação extrajudicial de 2022.

Castela afirmou que o documento foi assinado quando ainda era menor de idade. Ela diz ter uma única cópia do contrato sem assinaturas. À Justiça, ela contou ter assinado o termo às pressas, sem chances de lê-lo por completo ou revisá-lo.

A famosa ainda acusou Monteiro de ter investido apenas R$ 20 mil em sua carreira, e não R$ 100 mil como acordado anteriormente. Ela disse ser a única na relação que realmente cumpre com suas obrigações.

Indo além, a artista disse que o contrato de Agesner é desequilibrado, e abusivo, sendo prejudicial demais para apenas uma das partes. Segundo ela, o documento serve, na verdade, para que apenas ela trabalhe, enquanto o investidor receberia os frutos de seu trabalho e sucesso sem nada fazer.

Em outro momento, Ana Castela questionou se seus pais, de fato, chegaram a assinar o contrato como lhe é assegurado por Monteiro. Legalmente, a sertaneja pretende declarar nulo o contrato que celebrou com Monteiro.

Do outro lado, o investidor teceu questionamentos e acusações contra os empresários da cantora, Rodolfo e Raphael, além da própria artista.

Decisão

Enquanto as ações tramitavam simultaneamente, a Justiça decidiu que deverá ser apreciado, primeiro, o processo movido por Ana Castela.

Após a decisão sobre declarar ou não nulo o contrato, o pedido de prestação de contas de Monteiro será avaliado.

Entenda o caso

O empresário Agesner Monteiro acusa Ana Castela e seus sócios de afastá-lo ilegalmente das participações e dos lucros, privando-o de ganhos de shows, royalties e contratos publicitários. Segundo a denúncia, o afastamento ocorreu em outubro de 2022, logo após a explosão da Boiadeira, apesar de existir um contrato válido até abril de 2027.

O documento foi assinado por Ana, seus pais, Agesner e os empresários Rodolfo Alessi e Raphael Soares. A decisão de excluí-lo das participações sem justificativa formal foi unilateral, atitude classificada por ele como “desonesta, criminosa, injusta, imoral e ilegal”.

Monteiro afirma ter cumprido todas as obrigações contratuais, realizando investimentos financeiros significativos que impulsionaram no “boom” que é Castela. Entre os aportes, destaca-se a produção da música Boiadeira Remix, com DJ Lucas Beat, que marcou a estreia da famosa.

Além disso, o investidor viabilizou financeiramente a participação com a cantora Melody no sucesso Pipoco, que permaneceu por três meses consecutivos no topo do Spotify Brasil e consolidou a projeção nacional de Ana Castela.

Apesar de tentativas de negociação, Agesner relata que as conversas foram encerradas de forma abrupta pelos pais da sertaneja. Ele considera que a ruptura se deu por “puro oportunismo”, visando apropriar-se de sua participação nos lucros.

Para sustentar as acusações, Monteiro apresentou à Justiça documentos, mensagens e análises de projeção de lucros que demonstram a importância de seus investimentos na carreira de Ana Castela. Além disso, denunciou Ana Castela, seus pais e os empresários ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC-SP).

Eles são investigados por suspeita de crimes como lavagem de dinheiro, estelionato, apropriação indébita, furto qualificado e organização criminosa. Segundo a denúncia, diversas empresas foram criadas para desviar os recursos de forma ilícita.

Agesner Monteiro também questiona a contratação do advogado de defesa de Ana Castela, que é irmão do juiz inicialmente responsável pelo caso na 7ª Vara Cível de Londrina/PR. Ele alega possível interferência na imparcialidade do processo.

Com informações do Metrópoles

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