Homem de 50 anos é espancado por familiares ao se assumir homossexual
“Uso a palavra homofobia, pois tudo mudou assim que me liberei da mentira de fingir ser hétero”, contou Ronaldo, explicou....
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Por Diego Cavalcante
São Paulo — Quando completou 50 anos, o cantor e dançarino Ronaldo de Paula, conhecido como Ronaldo LATIF, que mora em Sapopemba, na zona leste de São Paulo, decidiu se assumir homossexual para os seus familiares. Porém, a consequência dessa confissão foi uma agressão coletiva.
“Uso a palavra homofobia, pois tudo mudou assim que me liberei da mentira de fingir ser hétero”, contou Ronaldo, explicou.
Ele sempre soube de sua orientação sexual, mas nunca havia se assumido por causa dos pais. Com o falecimento dos dois, o artista decidiu “tirar essa corrente”.
No relato, Ronaldo disse que a sua religião, o umbandismo, também motivou os ataques. Segundo ele, os parentes que o agrediram apoiam uma igreja que não aceita as religiões de matriz africana.
Na última sexta-feira (17/1), o homem voltou à delegacia para perguntar sobre o andamento do inquérito e descobriu que o seu caso foi enviado para um fórum no bairro Ipiranga, na capital paulista, que, segundo ele, é o local onde um dos agressores trabalha. A vítima, então, decidiu procurar ajuda legal.
“Eu só quero justiça, pois nunca fui agredido na minha vida. Só quero paz e justiça para realizar o meu sonho de viver com o que eu amo, que é cantar e dançar”, desabafou o homem.
Descaso policial
Além de ter sofrido agressão física por parte dos familiares, Ronaldo relata que, no dia da ocorrência, foi tratado com descaso pelas autoridades. Por volta das 20h, quando se dirigiu à delegacia para preencher um boletim de ocorrência, no 69º Distrito Policial (Teotônio Vilela), o homem chegou chorando e, ao entrar, ele disse que um agente falou: “aqui não é hospital para você chorar”.
O funcionário informou que o artista deveria se dirigir a um posto da Polícia Militar. Mesmo machucado após ter sido espancado por sete pessoas, ele foi até lá e o mandaram de volta para a delegacia civil. Após horas esperando para ser atendido, ele foi mandado ao hospital para pedir o exame de corpo de delito.
Ao voltar para a delegacia, ele pediu que os policiais o levassem para casa, já que ele estava muito machucado. Segundo a vítima, os agentes deram risada do pedido e disseram que “não eram Uber”.
Quando retornou à delegacia em janeiro deste ano, o homem afirmou que foi tratado da mesma maneira do dia em que relatou o caso, em dezembro de 2023.
Com informações do Metrópoles
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