Nísia não prevê vacinação em massa contra dengue em 2025: ‘Ainda não será a solução’

“O Butantan está produzindo, mas não há previsão de uma vacinação em massa neste ano de 2025, independentemente da Anvisa, porque é preciso ter escala nessa...

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Por Agência Estado

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou nesta quarta-feira, 22, que a pasta mantém conversas constantes com o Instituto Butantan para viabilizar a distribuição do imunizante contra dengue desenvolvido na instituição quando ele for aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ressaltou que a produção atual ainda não é capaz de suportar uma campanha ampla.

“O Butantan está produzindo, mas não há previsão de uma vacinação em massa neste ano de 2025, independentemente da Anvisa, porque é preciso ter escala nessa produção”, disse Nísia na coletiva de imprensa. Segundo o Butantan, a expectativa é fabricar 1 milhão de doses em 2025 e mais 100 milhões nos próximos três anos.

O início da fabricação foi anunciado pelo instituto cerca de um mês depois do envio à Anvisa da última leva de documentos necessários para o pedido do registro do imunizante, batizado de Butantan-DV. A avaliação ainda não foi concluída e, até o momento, a vacina não tem aval para distribuição e aplicação.

Segundo a ministra, a pasta está investindo em ações de vigilância junto aos Estados e Municípios e fará uma reunião com o Ministério da Educação (MEC) para fortalecer as ações de prevenção e conscientização sobre a dengue nas escolas.

“É muito importante, é uma vacina em uma dose, até onde os estudos clínicos apontam tem uma excelente eficácia, mas para 2025 ainda não será, digamos, a solução que nós esperamos”, afirmou Nísia.

Formulada para proteger contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), a Butantan-DV demonstrou eficácia e segurança em pessoas de 2 a 59 anos, segundo os resultados publicados na revista científica The Lancet Infectious Diseases. Se aprovada, a vacina será a primeira do mundo em dose única contra a doença.

De acordo com a Anvisa, a análise de pacotes de processos de submissão contínua – formato em que a documentação foi apresentada – costuma durar cerca de 90 dias. Nesse caso, como o pacote de dados foi submetido em 16 de dezembro, a expectativa é de que o parecer seja divulgado até meados de março.

A vacina atual: Qdenga

O Brasil tem um imunizante disponível contra a doença, a vacina Qdenga. Mas o produto, fabricado pela farmacêutica japonesa Takeda, precisar ser importado e requer duas doses para a imunização.

Além disso, a empresa tem capacidade limitada de produção e as doses são insuficientes para atender todo o público para qual a vacina foi aprovada pela Anvisa: pessoas de 4 a 60 anos. Com isso, apenas crianças de 10 a 14 anos, moradoras dos 1.920 municípios pré-selecionados, podem tomar a Qdenga na rede pública e, na rede particular, cada dose custa mais de R$ 300.

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