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Crimes cibernéticos preocupam empresas em 116 países

Segundo o gerente, as seguradoras e resseguradoras ajustam e aprimoram continuamente seus produtos para atender a expectativas e necessidades. "No entanto, o tempo necessário para o......

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Por CGN

Há 10 anos, esse tipo de risco chamava a atenção de apenas 12% das companhias na maioria dos países. Os dados fazem parte de pesquisa feita pelo grupo Allianz de seguros com 3.778 gestores de risco em 106 países. A pesquisa, nomeada Allianz Risk Barometer (Barômetro de Riscos da Allianz), está em sua 14ª edição.

Segundo o gerente, as seguradoras e resseguradoras ajustam e aprimoram continuamente seus produtos para atender a expectativas e necessidades. “No entanto, o tempo necessário para o desenvolvimento de novos produtos pode, às vezes, ser mais longo do que o esperado, já que isso envolve a coleta de dados objetivos, avaliação de impactos e cálculo de probabilidades, o que é considerado tarefa complexa que exige esforço e precisão significativos”, explicou à Agência Brasil.

Inteligência artificial

Há dez anos o tópico era preocupação de somente 12% das companhias, o que o colocava na oitava posição, e os pesquisadores atribuem essa mudança aos rápidos avanços das tecnologias de inteligência artificial.

O segundo lugar dos riscos coube ao que a pesquisa classifica como interrupção de negócios, com 31% das citações neste ano e em 2024. O tema está relacionado a eventos que levam a impacto em cadeias de suprimento e comércio global.

A preocupação aparece como as duas primeiras escolhas dos entrevistados na última década. A pandemia de 2020 e as guerras que ocorreram foram apontadas como a principal causa de alarde na região do litoral Pacífico da Ásia, inclusive para a China.

Nas américas, empresários do México também elegeram o tema como sensível, seguido de perto pelas catástrofes naturais. A interrupção de negócios afeta principalmente as áreas de energia, transportes, fábricas (pesadas e de montagem), alimentação e o setor hoteleiro. Para os pesquisadores o temor é motivado principalmente pelos prazos muito curtos e forte competição entre empresas, além da necessidade de respostas rápidas e integradas em nível global.

Catástrofes naturais

O terceiro fator de risco, com prioridade para 31% dos entrevistados neste ano – ante 26% no ano passado – são as catástrofes naturais, como inundações, grandes incêndios e eventos correlatos, mas não tão distantes da quinta posição, onde estão as mudanças climáticas, com 19% das citações em 2025 e 18% no ano passado.

“No que diz respeito às categorias de risco de mudanças climáticas e catástrofes naturais, essas também estão claramente interligadas. A categoria de catástrofes naturais refere-se, em grande parte, ao impacto de curto prazo causado por danos/interrupções de eventos como tempestades, inundações, incêndios florestais e as secas. A categoria de mudanças climáticas adota uma abordagem mais de longo prazo, cobrindo fatores como riscos de transição, implementação de estratégias de descarbonização, o grande volume de novas regulamentações, o aumento das obrigações de conformidade, a incerteza política e problemas com a transparência dos dados, entre outros”, explicou Cabrera.

Na quarta posição, está a insegurança jurídica e legislativa, prioridade para 25% dos pesquisados, ante 19% na edição anterior. O assunto envolve mudanças em regras nacionais e internacionais e reflete a eleição americana, pois a pesquisa foi colhida justamente nos meses de outubro e novembro, coincidindo com o pleito, no qual o republicano Donald Trump se sagrou vitorioso em 6 de novembro.

 

Ele disse que não se trata de um questionário de respostas fechadas. Na maior parte das perguntas, os empresários tiveram a oportunidade de adicionar outras respostas, além das opções de múltipla escolha,no caso de escolherem algo diferente. “Há também um campo de texto livre para fornecer mais esclarecimentos, mas isso não costuma ser um problema recorrente de um ano para o outro.”

Riscos identificados

Para o pesquisador Roberto Lucio Ferreira, professor de administração da Universidade Mackenzie, é importante atentar para a estrutura binária da pesquisa, elemento que ajuda a entender como as empresas reagem a essas percepções.

Ele considera que o levantamento apresenta “riscos identificados, bem como as percepções que moldam estratégias de prevenção e mitigação pelas empresas”.

A relação entre percepção de risco e ações internas e externas é fundamental, porque influencia na alocação de recursos para segurança cibernética, resiliência climática ou melhorias na cadeia de suprimentos, por exemplo. Empresas que analisam seus cenários operacionais e os riscos neles contidos implementam políticas preventivas (como treinamentos, auditorias e planos de continuidade) e essa é uma ação proativa de mitigar riscos.

Para o pesquisador, externamente, a percepção das empresas aponta para o engajamento com stakeholders, seja através de comunicação corporativa, colaboração setorial, etc. “Empresas internacionais e estratégias de mitigação tendem a fazer essa conexão com mais eficiência, pois operam em mercados que exigem conformidade regulatória rígida e oferecem incentivos para práticas responsáveis.”

Mudanças climáticas e catástrofes climáticas foram o segundo e terceiro mais citados, como prioridade para 38% e 36% dos entrevistados, respectivamente.

Interrupção de negócios preocupa 32%, incêndios e explosões 19%, mudanças de mercado 12%, e questões regulamentares 11%.

“O cenário brasileiro apresenta desafios singulares como, por exemplo, desigualdade e limites em infraestrutura limitada, cultura de curto prazo, relações governamentais que, historicamente, passam por políticas públicas que não são necessariamente caracterizadas por clareza e estabilidade. Porém, existem avanços. Algumas empresas brasileiras têm avançado, especialmente em setores de grande impacto, como agronegócio e energia. A ponte entre percepção de risco e ações preventivas no contexto brasileiro é paradoxal. Algumas empresas atingiram maturidade corporativa e capacidade de articulação com diversos stakeholders, outras, no entanto, enfrentam barreiras estruturais, políticas e culturais que dificultam essa conexão”, explicou pesquisador Roberto Lucio Ferreira.

Para ele, o setor empresarial nacional tem melhorado, devagar, na forma de lidar com esses desafios, liderado pelo agronegócio e pelos setores voltados à exportação, mas há limites conhecidos há décadas, na infraestrutura. “Algumas empresas brasileiras estão à frente, especialmente em setores como energia renovável (eólica, solar) e florestas sustentáveis. No entanto, a falta de políticas públicas claras e incentivos consistentes impede avanços em escala”, concluiu.

Fonte: Agência Brasil

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