Vírus Marburg: saiba mais sobre esta doença letal que está em surto na Tanzânia

A Tanzânia confirmou nesta segunda-feira (21) que está enfrentando um surto do vírus Marburg, um agente infeccioso altamente letal e semelhante ao ebola, responsável por hemorragias graves. O Ministério da Saúde informou que 25 casos suspeitos foram registrados na região de Kagera, no noroeste do país, e medidas de contenção estão sendo tomadas.

O que é o vírus Marburg?

Identificado pela primeira vez em 1967, o vírus Marburg causou surtos iniciais na Alemanha e na antiga Iugoslávia, ligados a macacos verdes africanos importados de Uganda. Desde então, episódios esporádicos ocorreram em países como Angola, República Democrática do Congo, Quênia e África do Sul.
Surtos recentes incluem o de Guiné Equatorial, em 2023, com 40 casos e 35 mortes, e o de Ruanda, em 2024, com 66 casos e 15 mortes. O vírus integra a lista da OMS de agentes com potencial pandêmico.

Transmissão e sintomas

O vírus é transmitido por contato direto com fluidos corporais de pessoas infectadas, como sangue, saliva, suor e sêmen. A transmissão também pode ocorrer por exposição a morcegos frugívoros, considerados hospedeiros naturais.

Os sintomas iniciais aparecem entre 2 e 21 dias após a infecção e incluem febre alta, dor de cabeça intensa, mal-estar e dores musculares. Após o quinto dia, a doença pode evoluir com vômitos sanguinolentos, diarreia, falência de órgãos e hemorragias internas e externas, elevando o risco de óbito.

Letalidade e tratamento

Em surtos anteriores, a taxa de letalidade do vírus Marburg chegou a 88%, dependendo da qualidade do atendimento médico. Não há tratamentos específicos ou vacinas aprovadas, mas estudos para terapias experimentais estão em andamento.
O manejo clínico envolve cuidados de suporte, como hidratação e controle de sintomas.

Medidas de prevenção

A OMS recomenda o isolamento imediato de casos suspeitos e o rastreamento de contatos para conter a disseminação do vírus. Profissionais de saúde devem usar equipamentos de proteção individual. Comunidades em áreas de risco são orientadas a evitar contato com morcegos e cozinhar adequadamente produtos de origem animal.

O governo da Tanzânia, em parceria com organizações internacionais, intensificou ações de vigilância e sensibilização na região afetada. Autoridades de saúde globais monitoram o surto com preocupação devido ao potencial de propagação para outras áreas.