Andamento do PAC é visto com desconfiança por investidores, aponta pesquisa

O ceticismo dos investidores é um dos resultados colhidos pela 12ª edição do Barômetro da Infraestrutura, elaborado pela ABDIB e pela consultora EY. A partir do...

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Por Agência Estado

O ritmo de ações do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é percebido como abaixo da expectativa pela maioria dos investidores do setor de Infraestrutura. O levantamento da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) aponta que apenas 2,36% dos entrevistados acreditam que o programa, até o momento, avançou plenamente conforme as expectativas.

O ceticismo dos investidores é um dos resultados colhidos pela 12ª edição do Barômetro da Infraestrutura, elaborado pela ABDIB e pela consultora EY. A partir do questionário aplicado a empresários e especialistas do setor, a pesquisa aponta que tem sido observada demanda por maior alinhamento entre o governo federal, os Estados e municípios para acelerar as obras do Novo PAC.

Quando os entrevistados respondem sobre o cumprimento das metas do PAC, apenas 2,1% acreditam que elas serão integralmente cumpridas e 11,5% que serão majoritariamente alcançadas. Enquanto 43,1% acreditam num cumprimento parcial e 37,2% no minoritário.

Sobre transição energética, um dos eixos do PAC, os principais desafios apontados pelos entrevistados estão concentrados na insuficiência de linhas de financiamento (60,8%), na falta de clareza em relação às metas (59,6%) e na ausência de uma política adequada ao tema (56,1%).

Investimentos

Apesar do recorte negativo sobre o PAC, os investidores mantêm boas expectativas para o setor. Para os próximos 6 meses há uma percepção de um cenário favorável para investimentos em infraestrutura, que nessa edição ficou em 52,9%, indicador similar à edição anterior da pesquisa. “O resultado encontra-se acima da média histórica do Barômetro, que é de 40,66%”, afirma Gustavo Gusmão, sócio da EY para Governo e Infraestrutura.

Saneamento básico, energia elétrica e rodovias seguem nas três primeiras colocações pela quarta edição seguida. Gusmão explica que “esses são setores mais consolidados e maduros no mercado brasileiro e que, portanto, trazem maior previsibilidade para os investidores. Além de serem setores que há uma forte demanda e, ao mesmo tempo, necessidade de aprimoramentos”.

Ao analisar o potencial para investimentos por meio de Parceria Público-Privada (PPPs) e concessões, os Estados mantêm a liderança em relação ao aproveitamento total e parcial do potencial para investimentos. Em contrapartida, os governos municipais tiveram um crescimento em relação à edição anterior, saindo de 19,5% para 24,4%.

Assim como na edição anterior, prevalece a percepção de que há espaço para fazer mais dentro dos limites constitucionais, principalmente no que diz respeito ao apoio do Governo Federal junto dos entes subnacionais e dos Estados junto aos municípios para o desenvolvimento de concessões e PPPs, com 56,1%.

Conforme a ABDIB, o intervalo de captura das respostas, nesta edição, foi de 22 de outubro a 11 de novembro de 2024 e foram obtidas 353 respostas.

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