ONU eleva previsão para PIB global mas reduz para o Brasil em 2025

Porém, o relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2025 divulgado hoje afirma que as perspectivas de curto prazo são “mistas” entre as principais economias da América...

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Por Agência Estado

A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que o crescimento econômico global continuará estável neste ano, contrabalançando o impulso da flexibilização monetária por BCs das principais economias com o peso de tarifas comerciais e tensões geopolíticas.

Porém, o relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2025 divulgado hoje afirma que as perspectivas de curto prazo são “mistas” entre as principais economias da América Latina neste ano (leia detalhes mais abaixo).

A organização aponta que China e Estados Unidos deverão continuar como os principais motores da economia global, mantendo crescimento robusto em 2025.

No documento, a ONU elevou a previsão para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2025, de 2,7% para a 2,8%, e projetou crescimento de 2,9% em 2026. A organização também elevou a previsão para a alta do PIB dos EUA em 2025, de 1,7% a 1,9%, e da China, de 4,5% a 4,8%. Para 2026, a ONU vê o crescimento dos dois países em 2,1% e 4,5%, respectivamente.

A atividade nas duas maiores economias do planeta deverá amortecer os efeitos da recuperação modesta da zona do euro e do Japão, estima o relatório. A ONU cortou as projeções para a expansão do PIB da zona do euro em 2025, de 1,6% a 1,3%, e do Japão, de 1,1% a 1,0%, com aceleração para altas de 1,5% e 1,2% em 2026, respectivamente.

No entanto, a organização alertou que os riscos para o crescimento global permanecem de baixa, em um ambiente ainda mais incerto do ponto de vista geopolítico no curto prazo e possibilidade de fragmentação comercial por imposição de tarifas mais elevadas. Segundo a ONU, o índice de incerteza político-econômica global (GEPU, em inglês) e o índice de risco geopolítico operam acima das médias históricas desde 2022, com o índice GEPU registrando nova aceleração em 2024.

“A possibilidade de tarifas mais elevadas e de mais restrições comerciais pode perturbar as cadeias de valor, prejudicar as atividades de produção, dificultar os investimentos estrangeiros, afetar os preços das importações e reacender as pressões inflacionárias”, observou.

Por outro lado, a flexibilização monetária por bancos centrais – incluindo o Federal Reserve (Fed) e o Banco Central Europeu (BCE) – deve oferecer apoio para a economia global. Desde novembro de 2024, 67 de 108 bancos centrais estavam em fase de relaxamento monetário e outros 20 deveriam começar a cortar juros em breve, conforme o levantamento da ONU.

PIB do Brasil deve crescer menos em 2025: de 2,4% para 2,3%

No documento, a organização reduziu a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2025 de 2,4% para 2,3%. A instituição frisa que embora a previsão para 2025 esteja abaixo do calculado para 2024 (3%), ela permanece bem acima da média de 1,4% de crescimento registrada entre 2010 e 2019.

“Essa desaceleração moderada reflete os ventos contrários da política monetária mais rígida, da redução dos gastos fiscais e da fraqueza das exportações. Espera-se também que o crescimento da formação bruta de capital fixo (FBCF) desacelere em 2025 devido aos maiores custos de financiamento”, afirma o documento.

De acordo com a análise da ONU, apesar desses desafios, o consumo privado provavelmente permanecerá resiliente no Brasil, sustentado por um forte mercado de trabalho, gastos sociais elevados e aumento do salário mínimo.

“Contra o pano de fundo de sólido crescimento econômico, a taxa de pobreza no Brasil caiu cerca de 3 pontos porcentuais nos últimos anos, situando-se em 16,1% em 2023. No médio prazo, espera-se que os investimentos se beneficiem da reforma de simplificação tributária prevista para ser implementada em 2026”, diz um trecho do relatório.

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