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Tridimensionalidade do fio: conheça Ana Beatriz Artigas, a nova residente artística do Museu casa Alfredo Andersen.Foto: Kraw Penas/SEEC

Ana Beatriz Artigas é a nova residente artística do Museu casa Alfredo Andersen

A relação de Ana com a arte da costura vem de gerações anteriores. Sua avó dava aulas de corte e costura e a mãe confeccionava peças......

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Por CGN

Tridimensionalidade do fio: conheça Ana Beatriz Artigas, a nova residente artística do Museu casa Alfredo Andersen.Foto: Kraw Penas/SEEC

Ana Beatriz Artigas é a nova residente artística do Museu Casa Alfredo Andersen. A artista têxtil de 33 anos iniciou sua ocupação no ateliê na terça-feira (12) e permanecerá produzindo suas obras até dia 12 de dezembro, marcando assim a última residência do ano de 2024. Com o objetivo de continuar seus estudos na tridimensionalidade do fio e dos demais materiais têxteis, a produção artística de Ana conta com a campanha de doação de materiais, concentrada no MCAA e aberta para qualquer um que queira contribuir com  suas criações.

A relação de Ana com a arte da costura vem de gerações anteriores. Sua avó dava aulas de corte e costura e a mãe confeccionava peças infantojuvenis para vender na famosa Feira do Largo da Ordem. Ana aprendeu a costurar ainda pequena, mas conta que sua relação com a perfeição das linhas nunca foi pacífica.

“O acabamento perfeito era algo que eu não ligava, minha mãe reclamava, mas se eu queria colocar uma linha azul no tecido vermelho, era isso que eu fazia”, diz ela. Assim, Ana descobriu uma relação não convencional com a arte têxtil, e passou a experimentar novas formas de tratar os fios.

Depois de concluir o bacharelado em Pintura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), Ana percebeu que poderia usar seus conhecimentos em costura para iniciar uma produção própria, e assim o fez. A artista começou a costurar no papel, ligando a pintura e a costura. Ela fala sobre o processo de descobrir sua própria técnica.

“Eu fui intensificando o mau-acabamento, deixava o erro, exagerava. Aprendi a usar a máquina do jeito errado, do jeito que embolava a costura, deixava o fio do avesso e eu fui cada vez mais gostando disso”. Desta forma passou a se dedicar mais à arte com tecidos e fez sua primeira exposição em 2017.

Para sua residência, Ana afirma que saiu do papel e passou a pensar o fio no tridimensional, na ocupação do espaço central, fora da parede. “Você para de pensar o fio preso e começa a ver ele solto e ocupando o espaço”. Ela enfatiza que quer entender como as pessoas vão se relacionar com a obra fora dos padrões convencionais.

A artista tem pesquisado e explorado mais os conceitos de excesso e acúmulo. Suas obras se concentram em formas não tradicionais da costura. Em vez de pegar um fio de bordado para bordar, Ana pensa em outras possibilidades para o fio, seja na costura, no engessamento, colagem, ou atrelado às estruturas de arame.

CAMPANHA ARTÍSTICA – Com o intuito de envolver o público em sua produção artística, Ana Beatriz Artigas está arrecadando materiais têxteis para sua residência. São aceitos tecidos, fios, retalhos, botões, carretilhas, aviamentos, barbantes e lãs. A campanha ficará aberta até dia 30 de novembro e qualquer quantidade de material é aceita. Para fazer sua contribuição leve sua doação ao Museu Casa Alfredo Andersen, aberto de terça a domingo, das 10h às 17h.

CONEXÃO COM ALFREDO ANDERSEN – Ana afirma que tem uma relação pessoal com Andersen no lugar de artista e também com o espaço do MCAA. Apesar de não usar as mesmas técnicas que o pai da pintura paranaense, Ana declara que as pinturas dele fizeram parte e tiveram influência na formação dela como artista. Além disso, o espaço da Academia Alfredo Andersen também é parte da experiência dela. “Já fiz aula de desenho e cerâmica, além de ter vários amigos aqui. É um lugar que faz parte da minha vivência”, ela diz.

RESIDÊNCIA ARTÍSTICA – Desde 2019, o projeto de residência artística do Museu Casa Alfredo Andersen se propõe a receber artistas do Paraná, do Brasil e do mundo para uma temporada de produção e interação com o museu e seu acervo. O projeto tem como objetivo estabelecer um espaço de aperfeiçoamento e trocas de experiências com artistas, produções e projetos nas artes visuais.

Desde então, o ateliê já recebeu diferentes nomes importantes da cena local como Rettamozzo e Alfi Vivern, e também abrigou o trabalho de artistas internacionais e outros projetos, como os italianos Alberto Salvetti e Christian Balzano, o chinês Tong Yanrunan e a japonesa Mayumi Taguchi.

Serviço:

Campanha Artística

Contribua com material têxtil para a residência artística da artista Ana Artigas.

Materiais aceitos: tecidos, fios, retalhos, botões, carretilhas, aviamentos, barbantes e lãs

Campanha aberta até 30 de novembro

De terça a domingo, das 10h às 17h

Local de doação: Museu Casa Alfredo Andersen

Rua Mateus Leme 336 – Centro – 80.510-190 – Curitiba

Fonte: AEN

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