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Síndico expõe descaso de antiga administração do condomínio Moradas Cascavel I

O síndico do condomínio Moradas Cascavel I responsabiliza a antiga gestão por negligência, condenação judicial por revelia e caos administrativo. A nova administração promete transparência e ações corretivas, enfrentando processos que somam R$ 2 milhões...

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Por Redação CGN

Após a CGN publicar uma reportagem sobre a condenação do condomínio Moradas Cascavel I, entramos em contato com o síndico do complexo, Thiago Correia, que compartilhou detalhes cruciais para os moradores. Em um momento decisivo para as 664 famílias que residem lá, foram esclarecidos os efeitos da condenação e os próximos passos a serem adotados.

Localizado em Cascavel, Paraná, o condomínio Moradas Cascavel I foi recentemente alvo de um processo judicial que resultou em sua condenação. Em uma entrevista exclusiva à CGN, Thiago Correia detalhou a situação atual do condomínio após a repercussão da reportagem que expôs indevidamente um morador em um grupo de WhatsApp. Correia atribui a condenação à “gestão desastrosa” que comandou o condomínio por quase uma década, até ser deposta em 06 de abril de 2024, após um processo de impeachment movido pelos condôminos.

Correia explica que, no dia 03 de abril de 2024, enquanto a antiga administração ainda estava no comando, foi realizada uma audiência crucial no processo judicial mencionado, à qual o condomínio não compareceu. “A falta de defesa gerou a condenação por revelia, uma consequência direta da irresponsabilidade de quem deveria estar zelando pelos interesses dos moradores”, destacou o síndico. A revelia ocorre quando uma das partes envolvidas em um processo judicial não comparece à audiência ou não apresenta defesa, o que leva o juiz a proferir uma sentença com base apenas nas informações apresentadas pela parte contrária.

A atual gestão, que assumiu oficialmente em 09 de abril de 2024, após a destituição da antiga administração, afirma que não teve qualquer participação ou possibilidade de evitar o resultado judicial. “Essa audiência aconteceu antes da nova gestão tomar posse, ficando clara a total ausência de comprometimento dos antigos administradores, que preferiram ignorar um dever tão importante”, afirmou Correia.

Intimação ignorada por seis meses

O síndico também revelou um ponto alarmante sobre a antiga gestão: a intimação para essa audiência judicial foi recebida em 31 de outubro de 2023, cerca de seis meses antes da data da audiência. Mesmo assim, a administração anterior optou por não tomar qualquer providência, uma decisão que Thiago Correia classificou como “um completo desrespeito para com a comunidade e a justiça”.

Intimação recebida em 31 de outubro de 2023.

Caos documental e falta de transição administrativa

Quando a nova administração assumiu o controle do condomínio em abril, Correia e sua equipe foram surpreendidos com o estado de abandono em que encontraram a organização documental do condomínio. “Foi uma verdadeira calamidade”, descreve ele, acrescentando que os arquivos estavam desordenados, com informações importantes perdidas e, ainda mais grave, a documentação dos moradores estava completamente abandonada. “Essa falta de respeito com o patrimônio documental dos condôminos é inadmissível e reflete o caos de uma administração que, por nove anos, falhou em suas responsabilidades”, criticou.

Outro fator que complicou ainda mais a transição foi a postura da antiga gestão, que se recusou a colaborar com o processo de troca de administração. Correia conta que, por meio de um e-mail enviado à nova gestão, os antigos administradores afirmaram categoricamente que não fariam a transição administrativa. “Esse e-mail está à disposição de qualquer morador que queira consultá-lo na secretaria do condomínio”, afirmou o síndico. Segundo ele, a recusa em entregar informações e documentos necessários apenas reforça o descompromisso da administração anterior com a transparência e o bom andamento das atividades do condomínio.

Medidas para reconstruir a administração

Desde que assumiu o condomínio em 09 de abril de 2024, a nova gestão vem trabalhando de forma contínua para reparar os danos deixados pela antiga administração. Para isso, foi contratada uma equipe técnica especializada, que está responsável por acompanhar de perto todos os processos judiciais e administrativos pendentes. “Estamos fazendo um esforço conjunto para garantir que situações como essa não se repitam”, destacou o síndico.

Correia também expressou solidariedade ao morador que teve sua privacidade exposta de maneira inadequada no grupo de WhatsApp do condomínio. “Deixamos aqui nossos sinceros sentimentos ao morador que, por conta dessa herança maldita, foi prejudicado e teve sua privacidade exposta de maneira tão desrespeitosa. Estamos à disposição para auxiliar no que for necessário, buscando minimizar os impactos desse processo”, afirmou.

A nova administração reitera seu compromisso em conduzir o condomínio com seriedade, contudo, o síndico alerta que ainda há um número elevado de processos judiciais em andamento. De acordo com Correia, “o número de processos que ainda tramitam na justiça é muito alto, e para se ter uma ideia da dimensão, se todos forem julgados procedentes com os valores solicitados, a conta ultrapassará R$ 2 milhões”. Apesar desse cenário preocupante, o síndico garante que a nova administração está preparada para enfrentar esses desafios com a competência e a transparência que faltaram no passado.

A CGN tentou contato com o antigo síndico, mas não foi atendida. O espaço fica disponível para ele se manifestar.

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