Ibovespa interrompe série positiva e cai 0,73%, aos 130,7 mil pontos

Entre as ações de maior peso e liquidez, poucos nomes conseguiram se descolar do sinal do Ibovespa nesta quinta-feira, como Itaú (PN +0,20%) e Bradesco (ON...

Publicado em

Por Agência Estado

Em sessão sem catalisadores para estender a série positiva, o Ibovespa operou na contramão de Nova York e fechou em baixa de 0,73%, aos 130.793,41 pontos, após três ganhos seguidos. Nesta quinta-feira, 17, saiu de máxima na abertura aos 131.715,84 pontos e, no pior momento, operou abaixo dos 130 mil, a 129.901,94. Enfraquecido após o vencimento, na quarta-feira, de opções sobre o índice, o giro caiu a R$ 17,8 bilhões. Na semana, o Ibovespa ainda sobe 0,62%, com perda no mês a 0,78% – no ano, cede 2,53%.

Entre as ações de maior peso e liquidez, poucos nomes conseguiram se descolar do sinal do Ibovespa nesta quinta-feira, como Itaú (PN +0,20%) e Bradesco (ON +0,45%, PN +0,66%). Vale ON, a principal ação do Ibovespa, cedeu 2,53%, após ganho de 1,91% na sessão anterior. A ação da mineradora foi impactada pela forte correção nos preços da commodity, em queda de 6% em Dalian, na China, e de mais de 4% em Cingapura, ante a frustração do mercado em relação à falta de medidas de estímulo adicionais na economia chinesa.

Analistas da ANZ Research observam que a queda nos preços do minério de ferro está ligada à coletiva de imprensa do Ministério da Habitação da China, reporta a jornalista Beatriz Capirazi, do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Na coletiva, o ministério focou medidas para impulsionar o setor imobiliário, mas não anunciou valores específicos para estímulo fiscal, o que desapontou investidores.

Petrobras, por sua vez, com a ON em baixa de 0,47% e a PN, de 0,75%, no fechamento, não acompanhou a leve recuperação do petróleo, que subiu nesta quinta após quatro sessões no negativo. Na ponta perdedora do Ibovespa, destaque para Hapvida (-3,63%), Yduqs (-3,59%) e Hypera (-3,06%). No lado oposto, BRF (+2,66%), Marfrig (+2,54%) e Brava (+2,21%).

“O Ibovespa cedia mais forte pela manhã, mas moderou a perda à tarde, em melhora favorecida pela redução da alta observada na curva de juros e pela relativa estabilidade no câmbio”, aponta o analista da CM Capital Rafael Lage. Em direção ao fim da tarde, o dólar mudou de direção e fechou o dia em leve baixa de 0,10%, a R$ 5,6596, perto da mínima da sessão, de R$ 5,6585.

“Depois de subir cerca de 1,7% nos últimos dias, o Ibovespa virou hoje para queda, chegando a devolver mais da metade dessa alta somente no dia de hoje. Houve frustração quanto à possibilidade de novos estímulos da China ao setor imobiliário, o que fez com que o minério de ferro em Dalian chegasse a ficar abaixo de US$ 100 por tonelada pela primeira vez em três semanas”, diz o analista da Melver Inácio Alves.

“A elevação dos juros de longo prazo no Brasil também teve efeito negativo sobre empresas de setores cíclicos e de consumo, contribuindo para o desempenho desfavorável da Bolsa” nesta quinta-feira, enfatiza o head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, Anderson Silva, acrescentando uma dimensão doméstica às dúvidas do mercado com relação ao fator China e o efeito que produzirá sobre a demanda global por commodities, que afetam diretamente carros-chefes da B3 como Vale e Petrobras.

Dessa forma, quase na mesma proporção, a sessão foi negativa tanto para as ações com sensibilidade a juros e exposição à economia doméstica, como as de consumo (ICON -0,79%), quanto para as correlacionadas a preços e demanda formados no exterior, como as de materiais básicos (IMAT -0,61%).

Google News

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais
Sair da versão mobile