“Prédio do sexo” era dominado pelo PCC para lucrar com drogas e prostituição
Segundo os promotores, mulheres dependentes de drogas eram forçadas a se submeter a condições degradantes, realizando relações sexuais mesmo quando estavam doentes. De acordo com o...
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Por Diego Cavalcante
Uma investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) revelou um complexo esquema criminoso liderado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) no centro da capital paulista, envolvendo a exploração sexual. A apuração identificou dois prédios, chamados de “prédio do sexo”, utilizados como centros de prostituição, um deles com mais de dez andares.
Segundo os promotores, mulheres dependentes de drogas eram forçadas a se submeter a condições degradantes, realizando relações sexuais mesmo quando estavam doentes. De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), algumas dessas mulheres faziam sexo em troca de drogas.
Os andares dos prédios eram divididos em pequenos cubículos, sem banheiros e com roupas de cama em condições extremamente insalubres. A investigação revelou que o controle desses edifícios foi assumido pelo PCC através de antigos porteiros que se aliaram à facção, impondo as regras criminosas no local.
Presença de menores de idade
No Edifício Itatiaia, localizado na Avenida Barão de Limeira, em Campos Elíseos, os promotores identificaram a presença de mulheres que aparentavam ser menores de idade, envolvidas na troca de sexo por drogas. Em um dos andares, um homem circulava oferecendo preservativos, óleos lubrificantes, estimulantes e medicamentos para disfunção erétil. Cada andar possuía um pequeno bar vendendo bebidas alcoólicas.
No Edifício Renda, situado na Rua dos Andradas, a investigação apontou que a maioria das trabalhadoras sexuais tinha entre 18 e 30 anos, mas também havia suspeitas da presença de menores.
Outros núcleos de atuação do PCC
A exploração sexual era apenas uma das atividades ilícitas do PCC no centro de São Paulo, como revelado pela Operação Salus et Dignitas, deflagrada na Cracolândia. A facção também controlava operações de ferro-velho, onde trabalhadores eram submetidos a condições análogas à escravidão, e utilizava hotéis e hospedarias para lavagem de dinheiro e armazenamento de drogas.
A operação resultou na interdição de 44 imóveis, incluindo bares, hotéis, hospedarias e ferros-velhos. Além disso, foi detalhada a atuação do PCC no tráfico de armas e na receptação de celulares.
Milícia e monitoramento policial
A operação também expôs uma milícia formada por guardas civis metropolitanos (GCMs) e policiais militares (PMs), que extorquiam comerciantes em troca de proteção. Essa milícia também negociava armas e equipamentos, como detectores de sinais de radiofrequência, utilizados pelo PCC para monitorar as comunicações das forças de segurança.
A investigação destacou ainda o papel da Favela do Moinho, no centro de São Paulo, como uma “fortaleza” do PCC, servindo como base para o monitoramento das atividades policiais e para a manutenção da ordem na região da Cracolândia, através de “tribunais do crime”. Observadores posicionados em pontos estratégicos da favela usavam rádios para obter informações sobre as operações policiais.
Com informações do Metrópoles
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