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Venda de abortivos: Orlando Vascelai Júnior se passava por grávida; vendedora revela detalhes

Homem se intitulava ‘Rei Cascavel’ e se infiltrava em grupos de WhatsApp; denúncia aponta suposta forma de atuação do suspeito......

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Por Mariana Lioto

Orlando Vascelai Júnior se passava por grávida para conseguir ter acesso a potenciais clientes na comercialização de remédios abortivos. A afirmação é de uma mulher, que diz ter sido uma das vendedoras do homem, no esquema que envolvia pessoas de todo o Brasil. Orlando, morador de Cascavel, foi preso há uma semana após investigação da Polícia Civil, que o apontou como coordenador do grupo criminoso.  

Segundo a denúncia repassada para a CGN, de forma anônima, Orlando tinha uma equipe de vendedoras, envolvidas no negócio com o oferecimento de vantagens de preços e comissões. Na maioria das vezes, elas recebiam apelidos de nomes de países ou locais. A ideia era que a comercialização tivesse grande abrangência nacional e internacional e, para isso, ele contava com as representantes. Na semana passada, ao realizar a prisão de Orlando, os delegados envolvidos na investigação relataram que os comprimidos de cytotec eram enviados pelos Correios, no meio de revistas de palavras cruzadas.

Desde o início da apuração policial até a prisão do homem, foram 26 remessas desse medicamentos encaminhadas. Orlando usava nomes falsos e endereços inexistentes para o envio das correspondências. Segundo o relato da vendedora, que trabalhava para Orlando, o medicamento era vendido por R$ 65,00, mais o custo do Sedex. O homem usava o valor como um atrativo, alegando ser o menor preço do Brasil.

“O pagamento entrava na conta dele, da Caixa Econômica Federal, ou por cartão, via Mercado Pago ou PagSeguro, e depois ele repassava nossa parte”, relatou a denunciante.

O modo de operação, segundo ela, era sempre pelos Correios. Não havia outro modo de atuação e de envio. A denúncia aponta ainda que o homem invadia grupos de WhatsApp de outros vendedores com números falsos para “roubar clientes” – nessa ocasião Orlando se passava por grávida. Ele também usava o Yahoo Respostas, na seção sobre gravidez, para encontrar possíveis interessados na compra de abortivos.

CGN teve acesso a uma imagem que era usada para fazer propaganda da venda. Após as supostas invasões, o homem chamaria as mulheres que integravam os grupos de WhatsApp no privado, e começava a negociar. Orlando se identificava como Rei de Cascavel e ostentava, dizendo ter até mesmo jatinho. As vendas ocorriam em grupos fechados existentes somente para a prática da venda de medicamentos abortivos.

Os remédios, de acordo com a vendedora, eram comprados em farmácia de Cidade do Leste, no Paraguai. Orlando, segundo ela, trazia os remédios para o Brasil, de carro, fora da cartela para não chamar a atenção. Com a prisão de Orlando, pessoas que haviam comprado o medicamento e não receberam, por terem sido interceptados pela polícia, passaram a procurar meios de cobrar o homem para devolver o dinheiro, mas não tem conseguido sucesso. A detenção causou grande apreensão também entre todos que compõem a rede de venda, segundo a denunciante anônima.

Nesta sexta-feira, Orlando Vascelai Júnior continuava preso na carceragem da 15ª Subdivisão Policial. Os comprimidos apreendidos foram encaminhados para perícia. Após a conclusão dos laudos, o inquérito deve ser encerrado. Enquanto a denúncia não é aceita pelo poder judiciário, o homem é tratado como suspeito. Caso se torne réu, ele pode responder por tráfico de drogas.

O homem é filho da Secretária Antidrogas do Município de Cascavel.

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