AMP
Pesquisa de saúde pública da UEPG analisa qualidade de vida de pessoas com HIVFoto: Jéssica Natal/UEPG

Pesquisa de saúde pública da UEPG analisa qualidade de vida de pessoas com HIV

O projeto é ligado ao Departamento de Saúde Pública da UEPG e tem o objetivo de monitorar os parâmetros de carga viral no organismo, taxa de......

Publicado em

Por CGN

Pesquisa de saúde pública da UEPG analisa qualidade de vida de pessoas com HIVFoto: Jéssica Natal/UEPG

Como pessoas que convivem com HIV e Aids nos Campos Gerais se relacionam com os tratamentos de saúde disponíveis? É o que pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) estão investigando há mais de uma década. Desde 2011, professores e alunos da instituição avaliam contextos epidemiológicos, biológicos e de qualidade de vida de 1.750 pacientes atendidos pelo Serviço de Atenção Especializada e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE-CTA). 

O projeto é ligado ao Departamento de Saúde Pública da UEPG e tem o objetivo de monitorar os parâmetros de carga viral no organismo, taxa de transmissão e proliferação da doença e interação medicamentosa no tratamento.

“A partir do momento em que o paciente começa a tomar o medicamento, vemos se ele vai diminuir as cargas virais, se vai responder ao tratamento e quais as consequências terá com colesterol, triglicerídeos e pressão arterial”, explica o professor coordenador da pesquisa Erildo Vicente Müller. Ele ressalta que, embora o trabalho tenha iniciado há 13 anos, são monitorados dados registrados de pacientes desde 2002.

Os resultados já compilados mostram que 30% das pessoas monitoradas tiveram síndrome metabólica, condição que aumenta o risco de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e diabetes. Os dados ainda apontam para o aumento de hipertensão arterial em comparação com pessoas que não vivem com HIV.

“Registramos também situações de neurotoxicidade e diminuição de força muscular. Agora, estamos estudando a procura da Prep, medicamento tomado antes da relação sexual e que prepara a pessoa para um possível contato com o HIV”, explica Erildo. “Com o aumento da procura pelo remédio, outras infecções sexualmente transmissíveis estão aumentando, pois o preservativo não é uma barreira física apenas para o HIV, mas também previne gonorreia e sífilis, por exemplo”.

A partir do momento em que os pacientes entram para atendimento no SAE-CTA e recebem o diagnóstico de HIV, são acompanhados pela pesquisa da UEPG. A equipe envolvida analisa como o paciente irá se comportar clinicamente com o tratamento medicamentoso e como o HIV fará a resposta inflamatória no organismo, o que faz com que ocorram outros problemas de saúde, como a própria síndrome metabólica.

“Isso a gente consegue entender por meio de intervenção direta com os pacientes, porque vai mudando os comportamentos, vai mudando as formas de entender as relações sexuais e assim por diante”, diz o professor.

Segundo Erildo, esse contato direto auxilia no trabalho de prevenção e a melhor forma de abordagem a cada população infectada. “Na pesquisa, a gente pensa numas intervenções, mas elas muitas vezes não dão certo porque a gente não entendeu o que é o pensamento daquela geração para que possamos intervir, por isso acompanhamentos de longo prazo auxiliam, com evidência científica, na condução correta do serviço público de saúde”, complementa.

ALUNOS – A pesquisa conta com alunos dos cursos da saúde, que trabalham de forma direta com pacientes, além de realizar análise de dados. Rafaela Jacob é aluna do curso de Medicina e relata a importância do projeto para sua trajetória acadêmica. “Por ser aluna do primeiro ano, nós ainda não temos muito contato com os pacientes. Então eu acho que essa pesquisa está ajudando muito no lado humanitário, de enxergar os pacientes para além de casos, ver como isso impacta o dia a dia deles e como podemos ajudá-las”, afirma.

“Esta oportunidade abre caminhos para a pesquisa para os alunos”, destaca o acadêmico Gabriel Hito dos Santos. “Eu acho que é o jeito que temos de devolver para a sociedade o que foi investido na gente esse tempo todo”.

O coordenador do SAE-CTA de Ponta Grossa, Jean Zuber, também colabora na análise de dados da pesquisa. Segundo ele, a parceria é fundamental para dar um retorno para a população que frequenta o serviço. “Conseguimos entender algumas variáveis que são regionais, só nossas. Conseguimos olhar de marcadores laboratoriais para os de adesão do paciente, o que influencia na rotina do serviço”, afirma. “O HIV traz um peso grande do estigma, e essas pesquisa traz evidências de como a gente pode mudar o atendimento e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas”.

Fonte: AEN

Notícias Relacionadas:

Com aumento de casos, Secretaria da Saúde alerta sobre os cuidados com a hepatite A
Ouvidoria da Saúde distribui 220 urnas para manifestações dos usuários do SUS
Planejamento familiar: laqueaduras e vasectomias no SUS dobraram no Paraná
Programa SUS Digital tem adesão de 100% dos municípios paranaenses
Informe da Secretaria da Saúde registra 38.468 novos casos de dengue e mais 26 óbitos
Informe da Saúde registra 38.468 novos casos de dengue e mais 26 óbitos
Hemonúcleo de Apucarana vai aos municípios coletar sangue e doações aumentam 20%
1ª etapa: Saúde faz chamamento de 108 profissionais selecionados por PSS
Todos os municípios já estão aplicando a vacina contra a gripe para maiores de seis meses
Para reforçar atendimento contra dengue, Estado habilita mais quatro leitos em Ponta Grossa
Secretaria da Saúde alerta sobre aumento da circulação do vírus sincicial na região Noroeste
Saúde alerta sobre o vírus sincicial que causa infecções respiratórias
Vacinação contra a gripe é liberada para toda a população a partir de seis meses de idade
Secretaria da Saúde confirma mais 42 óbitos e 32,8 mil novos casos de dengue
Estado destina R$ 48 milhões para vigilância em saúde, incluindo combate à dengue
Saúde promove seminário para aprimorar cuidados na rede de urgência e emergência
RJ: médicos receberão manual sobre obesidade e doença cardiovascular
Com foco na dengue, Estado habilita 14 leitos no Hospital Universitário de Ponta Grossa
Paraná chega a 1 milhão de doses aplicadas contra a gripe, mas cobertura ainda é baixa
Estado alerta sobre riscos e proibições dos "vapes" e reforça disponibilidade de tratamento
Google News

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais
Sair da versão mobile