Mais de 10% dos brasileiros vivem com diabetes
O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes Regional do Rio de Janeiro (SBD-RJ), endocrinologista Daniel Kendler defende que entre os fatores que favorecem as mulheres terem......
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Por CGN
O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes Regional do Rio de Janeiro (SBD-RJ), endocrinologista Daniel Kendler defende que entre os fatores que favorecem as mulheres terem mais diabetes que os homens está o fato de elas terem rotinas sobrecarregadas.
O Brasil é o quinto país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), ficando atrás apenas ea China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Porém. a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) estima que o Brasil possa subir para quarta posição neste ranking.
Em 2023, o tema da data mundial é Educação para Proteger o Futuro, com o objetivo de melhorar o acesso à educação de qualidade sobre a doença a profissionais de saúde e pessoas com diabetes mellitus.
O endocrinologista Daniel Kendler endossa a necessidade de acesso ao tratamento de qualidade. Ele explica que o tratamento de uma doença crônica dura a vida inteira e que há um custo elevado para bancá-lo, com o monitoramento, compra de medicamentos, manutenção de dieta controlada e variada, realização de atividades físicas e acesso a profissionais de saúde, entre outros.
“É importante que cada paciente saiba que tem o direito de ter acesso aos medicamentos via SUS [Sistema Único de Saúde]. Nas unidades básicas de saúde, que tratam de 70-80% das pessoas com diabetes, o paciente poderá se informar e exigir, não apenas o acesso aos medicamentos, mas também aos insumos, que são a fita e o aparelho de medir a glicose, a caneta apropriada e as agulhas para aplicar a insulina. Tudo isso tem previsão legal de direito dos pacientes.”
O Brasil se une à mobilização mundial desta terça-feira (14) com a campanha Novembro Diabetes Azul [ www.novembrodiabetesazul.com.br/ ], da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), durante todo o mês. A entidade adotou o Círculo Azul, símbolo de apoio à data, e tem programadas diversas atividades pelo país dentro da campanha de conscientização sobre a doença, como corridas, ações educativas, lives para tirar dúvidas do público e realização de mutirões de medição de glicose
A Sociedade Brasileira de Diabetes disponibiliza uma calculadora virtual de risco de diabetes. Por meio de perguntas, a ferramenta permite ao internauta identificar se está em um grupo de alto risco de desenvolver diabetes tipo 2 nos próximos dez anos e se é recomendado já procurar auxílio médico e fazer o exame de sangue para checar a glicemia no sangue.
Tipos
O diabetes é uma doença crônica caracterizada pela produção ineficiente ou resistência à ação da insulina, o hormônio produzido pelo pâncreas, que controla a quantidade de glicose no sangue para fornecer energia ao corpo humano. A síndrome metabólica pode ter diferentes origens.
No do tipo 2, a alta concentração de açúcar no sangue é explicada pela resistência do corpo humano aos efeitos da insulina ou pelo estilo de vida, com sedentarismo, obesidade e outros fatores. A ocorrência deste tipo de diabetes pode ser influenciada pela hereditariedade.
Complicações
O cuidado com o diabetes requer o controle estrito dos níveis de glicose pela alimentação saudável, medicação, quando prescrita ou pelo uso da insulina produzida em laboratório. O controle inadequado da glicemia pode resultar em várias complicações, que podem piorar gradualmente a qualidade de vida.
As principais complicações afetam, sobretudo:
-os olhos, provocando a retinopatia diabética e até a cegueira;
-os rins, levando o paciente à insuficiência renal crônica, com a necessidade de realização de diálise;
-doenças cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC);
Em gestantes, o diabetes pode provocar complicações nos bebês, como hipoglicemia (glicose baixa) neonatal; nascimento de crianças excessivamente grandes, partos prematuros, deficiência de ferro, alterações de funções como a cardiorrespiratória, entre outras.
Criança
Enzo Rafael aprende a lidar com as canetas de aplicação de insulina – Arquivo pessoal
A técnica em hemoterapia do Hospital da Criança de Brasília José Alencar, em Brasília, Luanna Gomes, descobriu há três anos, no auge da pandemia do covid-19, que o filho Enzo Rafael Gomes Mangabeira, de 7 anos, tem diabetes do tipo 1.
Atualmente, Enzo Rafael tem a supervisão da mãe na hora de colocar as dosagens certas dos dois tipos de insulina nas canetas de autoaplicação, que a criança precisa usar antes das refeições.
Luanna Gomes diz que além de preparar o filho para lidar com as frustrações por ser o único da turma escolar com a doença; ela também trabalha a educação para diabetes de quem cerca o menino. “O diabetes tem que ser debatido e explicado. Tem que ter educação sobre a doença nas escolas. A população em geral, desde criança até os adultos, devem saber o que é o diabetes”.
O Ministério da Saúde afirmou à Agência Brasil, por meio de nota, que oferece seis medicamentos gratuitamente aos usuários do SUS, todos financiados com recursos federais e liberados nas farmácias credenciadas. São eles: as insulinas humanas NPH – suspensão injetável 1 e insulina humana regular, além de outros três medicamentos que ajudam a controlar o índice de glicose no sangue: Glibenclamida, Metformida e Glicazida.
A distribuição de medicamentos gratuitos ocorre pelo programa Aqui Tem Farmácia Popular, parceria do Ministério da Saúde com mais de 34 mil farmácias privadas em todo o país.
Informações atualizadas sobre os estabelecimentos credenciados ao Aqui Tem Farmácia Popular podem ser obtidas pelo Disque-Saúde (0800-61-1997) ou no site do programa.
O Ministério informou também que reestruturou a rede de atenção primária à saúde, onde pacientes podem fazer o monitoramento da glicemia com os reagentes e seringas disponíveis.
Futuro
No Congresso Nacional, a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados aprovou em outubro deste ano o Projeto de Lei 2687/22, que classificará o diabetes tipo 1 (autoimune) como deficiência física para efeitos legais.
O PL de autoria dos deputados Flávia Morais (PDT-GO) e Dr. Zacharias Calil (União-GO), pretende garantir o atendimento adequado nas escolas a estudantes com diabetes. O projeto ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da casa.
“Isso é extremamente importante porque a gente vai conseguir mais escolas, atendimento especializado, com uma merenda especial para o portador de diabetes. Nós vamos garantir os insumos para todos os pacientes com diabetes, no país”, prevê o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Levimar Araújo.
Fonte: Agência Brasil
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