AMP

Alerj debate direito previdenciário para pós-graduandos

O presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Jerson Lima, manifestou apoio à garantia de direitos previdenciários aos pós-graduandos.......

Publicado em

Por CGN

O presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Jerson Lima, manifestou apoio à garantia de direitos previdenciários aos pós-graduandos. Ele ponderou, no entanto, a necessidade de incremento ao orçamento da entidade para que a medida seja colocada em prática.

“O que garante o nosso orçamento é termos direito a 2% da arrecadação líquida estadual. A Faperj se junta às demais manifestações e apoiará esta reivindicação, que é muito justa”, afirmou Lima.

A declaração se deu durante audiência pública promovida nesta segunda-feira (9) pela Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Foram convidados representantes de diferentes entidades para discutir os direitos previdenciários dos pós-graduandos do estado.

No Brasil, mais de 120 mil estudantes se dedicam à pós-graduação, segundo dados do Ministério da Educação. Embora muitos sejam remunerados com bolsas de pesquisa que exigem dedicação exclusiva, o tempo empregado na atividade não conta para fins de aposentadoria.

A deputada estadual Dani Balbi (PCdoB), presidente da comissão que convocou a audiência pública, avaliou que os pós-graduandos, embora ainda sejam estudantes em formação, exercem uma atividade laboral. “São estudantes, logo, precisam da assistência estudantil necessária. Mas, ao mesmo tempo, se expõem a uma série de riscos numa jornada de trabalho”, explicou.

A parlamentar defendeu medidas legislativas que definam novas regras para os bolsistas de pós-graduação da Faperj. “Os pós-graduandos são profissionais cruciais na produção científica e tecnológica, mas ainda não possuem seu tempo de trabalho contabilizado para previdência e carecem de melhorias nas condições para realizar esse trabalho”.

O reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Raul Lopes Palacio, manifestou apoio à reivindicação e lembrou que a maioria dos bolsistas trabalha em regime de dedicação exclusiva, em turnos de até 8 horas por dia. “Não há apenas bolsas da Faperj. Existem também as bolsas da UENF e de outras universidades. Da nossa parte, caso os projetos sejam aprovados, pagaremos com toda certeza”, garantiu.

Projetos de lei

Tramitam na Alerj dois projetos de lei (PL) voltados para a contribuição previdenciária de pós-graduandos. O PL 1.941/2023, de autoria da deputada Dani Balbi, prevê que a Faperj e outras instituições de pesquisa sejam autorizadas a conceder o benefício, de caráter indenizatório, aos estudantes de mestrado e doutorado, para custeio do pagamento da contribuição facultativa ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A medida beneficiaria também pesquisadores em estágio pós-doutoral, remunerados mediante bolsas durante o desenvolvimento de seus estudos.

Já o PL 1.672/2019, de Flávio Serafini (PSOL), prevê a instituição da contribuição dos pós-graduandos bolsistas pela Faperj, na modalidade de segurado facultativo. Durante a audiência pública, Serafini explicou que há uma mobilização junto a líderes de partidos e presidentes de comissões em busca da aprovação de medida.

Para ele, as atuais regras que dificultam a aposentadoria e afastam a expectativa dos pesquisadores por um “futuro digno” acabam enfraquecendo a produção científica do país. “Temos visto uma fuga de cérebros. Não podemos ter um estudante de pós-doutorado de 30 anos de idade, com 10 anos dedicados à pesquisa, sem ter um ano de contribuição previdenciária”, disse o deputado.

Mobilização

A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), publicou em seu site, uma convocação para que a comunidade acadêmica e científica do país se mobilize em defesa da previdência para os pós-graduandos. A entidade cobra que os anos dedicados ao mestrado e ao doutorado sejam computados para fins de aposentadoria.

De acordo com a ANPG, não se trata de uma luta corporativista, mas sim de um pleito pelo desenvolvimento do Brasil e pela valorização da ciência. Além do direito à aposentadoria por contribuição, a entidade cobra acesso a garantias mínimas que são proporcionadas a todas as categorias de trabalhadores do país, como auxílio-doença, pensão por morte e salário-maternidade.

Uma moção de apoio a essa demanda foi aprovada pelo Conselho Universitário da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UFRJ). Conforme o texto divulgado, há um “vácuo jurídico” que impede que pós-graduandos tenham acesso pleno a políticas públicas que garantam a valorização laboral.

* Sob supervisão de Léo Rodrigues

Fonte: Agência Brasil

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais
Sair da versão mobile