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© Tomaz Silva/Agência Brasil

Mapeamento aponta 31 organizações de filantropia independentes no país

O Brasil tem 31 organizações de filantropia independentes, que doam recursos para causas de justiça socioambiental e desenvolvimento comunitário. Essas instituições doaram um montante entre R$......

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Por CGN

© Tomaz Silva/Agência Brasil

O Brasil tem 31 organizações de filantropia independentes, que doam recursos para causas de justiça socioambiental e desenvolvimento comunitário. Essas instituições doaram um montante entre R$ 276 milhões e R$ 330 milhões no ano passado. É o que revela um mapeamento inédito feito pela Rede Comuá, divulgado nesta terça-feira (5).

As organizações de filantropia independentes são “fundos que mobilizam recursos de fontes diversificadas para doar para a sociedade civil. Não estão vinculadas a uma empresa ou a uma família que mobiliza o recurso diretamente para elas. Elas devem mobilizar recursos para poder doar”, explicou à Agência Brasil Graciela Hopstein, diretora executiva da Rede Comuá – uma articulação de organizações doadoras para a sociedade civil.

O estudo traçou que as organizações de filantropia independentes estão em todas as regiões do país, sendo mais da metade (58%) no Sudeste. São Paulo lidera a presença (29%), seguido pelo Rio de Janeiro, com 23%. O fato de as instituições estarem concentradas em uma determinada região do país não significa que as doações são feitas exclusivamente para a mesma região. Uma organização em São Paulo pode ter doado para um projeto no Piauí, por exemplo.

A segunda região brasileira com mais presença nas organizações é o Norte, com 23%. Amazonas e Pará abrigam 10% dos entes mapeados cada. A preocupação com causas ambientais, mais notadamente na Amazônia, explica esses números da região Norte.

Os outros estados sinalizados no estudo são Amapá, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Santa Catarina. O Distrito Federal também aparece na lista.

Causas apoiadas

Ao identificar quais as causas que mais recebem doações, a Rede Comuá informou que na ponta está o fortalecimento institucional (74%), seguido por cultura (48%), gênero e direito das mulheres (48%), desenvolvimento comunitário (42%), agricultura familiar (39%), comunidades tradicionais (35%) e equidade racial (32%). As organizações mapeadas responderam mais de uma opção cada, e as porcentagens representam o total de respostas para cada opção.

Aparecem na lista temas como conservação ambiental, sustentabilidade, educação, direitos da população LGBTQIA+, de pessoas com deficiência, combate à fome, juventude, saúde, entre outros.

Graciela Hopstein explica que a primeira causa do ranking, o fortalecimento institucional, se trata de apoiar a organização como um todo. “Não é uma filantropia ligada à execução de um projeto. É apoiar para que a instituição possa existir, se sustentar política e economicamente ao longo do tempo”, conta. “Fortalecendo as organizações e grupos da sociedade civil é como a gente consegue ter um tecido social fortalecido e, dessa forma, fortalecer também a democracia”, completa.

A diretora-executiva da Comuá considera que as organizações de filantropia independentes têm grande importância por entenderem a autonomia das instituições recebedoras de doações. “Não são agendas que saem da cabeça deles [doadores], mas, sim, um apoio que está construído em diálogo com a sociedade civil”, avalia.

O mapeamento buscou saber também para qual público as organizações fazem doações. A maioria delas apontou organizações da sociedade civil, coletivos e cooperativas. 

Recursos

Analisando o aspecto financeiro, o levantamento revela que 49% das organizações doaram até R$ 1 milhão, enquanto 32% despenderam de R$ 1 milhão a R$ 25 milhões. Esses dados são referentes a 2021.  

Mais da metade delas (52%) trabalham com orçamento de R$ 2 milhões a R$ 25 milhões; 32%, até R$ 1 milhão.

Independência

Uma das características dessas organizações é que costumam ter várias fontes de recursos. A maioria delas (53%) tem seis ou mais financiadores. Um reflexo dessa pluralidade é que reduz a dependência de um grande financiador.

“A diversificação de fontes de financiamento é almejada pelas organizações mapeadas a fim de garantirem que não haja dependência em relação a uma organização ou pessoa específica e, assim, assegurar a sustentabilidade para o desenvolvimento de suas atividades de forma perene”, cita trecho do relatório.

Duas em cada três organizações (68%) declararam que financiadores não têm influência sobre o uso dos recursos, os processos de tomada de decisão e a governança.

Minorias

Outro destaque do mapeamento ressaltado pela diretora da Rede Comuá é a diversidade de material humano presente nas organizações filantrópicas. “Pessoas vinculadas a minorias políticas, há uma maioria expressiva de mulheres, negros, indígenas, pessoas LGBTQIA+”, enumera. 

“Dentro das próprias organizações estão representadas essas minorias políticas que estão sendo apoiadas. Ter esse olhar de dentro para fora é muito importante para fazer esse tipo de filantropia”, conclui Graciela.

Fonte: Agência Brasil

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