Um aeroporto que cresce a jato – por Caio Gottlieb

Quem embarca e desembarca com frequência no aeroporto de Cascavel já percebeu que o número de pousos e decolagens que não se efetivam devido a situações climáticas adversas, como ventos e nevoeiros intensos, reduziu-se drasticamente.

Considerando-se que as intempéries, obviamente, não acabaram, o que vem mudando e garantindo o bom desempenho do aeródromo é a estrutura técnica da pista, que incorporou nos últimos meses, após homologação da Agência Nacional da Aviação Civil, alguns equipamentos cruciais para a segurança do voo das grandes aeronaves que atendem a cidade nas rotas da Latam, Gol e Azul.

Graças a esses avanços, Cascavel já vem sendo utilizada como primeira alternativa para os aviões comerciais que, por algum motivo, não conseguem descer no aeroporto internacional de Foz do Iguaçu, evitando que tenham que retornar a Curitiba ou São Paulo. Antes só acontecia o inverso.

Por sinal, o prefeito Leonaldo Paranhos estará recebendo nestes dias o relatório final da consultoria que ele encomendou junto à Infraero, que inclui, entre outros serviços, os estudos para a instalação de um sistema de aeronavegação que vai melhorar ainda mais as condições operacionais da pista local.

Trata-se do ALS, conjunto de luzes coloridas ou piscantes que define claramente a zona de pouso, auxiliando o piloto na transição de voo por instrumentos para o voo com referências visuais no procedimento de aproximação para a aterrissagem.

Mas a cereja do bolo do trabalho contratado com a empresa é a elaboração do plano diretor que envolve toda a infraestrutura aeroportuária, estabelecendo etapas para projetos de expansão no médio e longo prazo, entre os quais destacam-se a ampliação da estação de passageiros e a implantação de um terminal de cargas.

Nesse ritmo de evolução, não vai ser fácil para qualquer outro concorrente tomar de Cascavel o título de Melhor Aeroporto Regional do Brasil, que o município conquistou pelo segundo ano consecutivo, na premiação “Aviação + Brasil 2023”, instituída pela Secretaria Nacional da Aviação Civil.

Ressalte-se, para completar, que em 2022 mais de 282 mil viajantes passaram pelo terminal, superando longe os 175 mil embarques registrados no ano anterior. Um acréscimo de nada menos que 63%, que caminha para ser ultrapassado em 2023 com sucessivos recordes mensais.

O outrora patinho feio dos aeroportos brasileiros transformou-se em um belíssimo cisne.

Justiça seja feita, pelas mãos de Paranhos.