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Morre liderança guarani-kaiowá, xamã e fundador do movimento Aty Guasu

Nascido em 1922, Atanásio era chamado de ñamoi (avô), por lideranças e rezadores de diferentes comunidades kaiowá, por conhecer as mais variadas técnicas ligadas ao xamanismo......

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Por CGN

Morreu na madrugada de hoje (18), o líder espiritual do povo Guarani-Kaiowá, o xamã Atanásio Teixeira, em Mato Grosso do Sul. Atanásio era um dos mais conhecidos ñanderus (rezadores) do seu povo e também fundador da Aty Guasu (grande reunião), assembleia geral em que os indígenas se organizaram para tratar da recuperação dos territórios kaiowá e guarani em Mato Grosso do Sul.

Nascido em 1922, Atanásio era chamado de ñamoi (avô), por lideranças e rezadores de diferentes comunidades kaiowá, por conhecer as mais variadas técnicas ligadas ao xamanismo kaiowá.

Em sua página em uma rede social, o movimento Kuñangue Aty Guasu, assembleia das Mulheres Guarani e Kaiowá de Mato Gosso do Sul, disse que nos últimos dias Atanásio vinha sentindo muitas dores no estômago e que sua saúde física ficou bastante debilitada,

“Nessa madrugada o vovõ/Ñamoi Atanásio Teixeira ancestralizou. Uma passagem difícil que marca a nossa caminhada, seu Atana descansou desse mundo físico. A família Kuñangue Aty Guasu tem acompanhado as tantas partidas e tragédias acontecendo em nossos territórios nas últimas semanas, e como filhas da grande Jary Guasu seguimos de luto em luta pelas(os) que se foram, por nós e pelas(os) que virão! Que Jary Guasu e ñande Ramõi o receba de volta na Ongusu Guasu. Descanse Ñamoī Atana!”, escreveu.

O pedagogo e antropólogo, Tonico Benites, indígena avá kaiowá, que estuda conflitos entre a educação escolar oficial introduzida nas aldeias e a educação tradicional realizada pelas famílias extensas ava kaiowá e também a violência contra as famílias indígenas do povo Guarani-Kaiowá, no sul Mato Grosso do Sul, lamentou o falecimento de Atanásio e disse à Agência Brasil que o fato representa grande perda para o povo.

“Hoje ocorreu essa grande perda. Uma liderança religiosa muito importante, que era suporte do povo que defendia, protegia a língua, a tradição, a cultura, todo nosso conhecimento”, disse Benites.

Fonte: Agência Brasil

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