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Quem semeia vento… – por Caio Gottlieb

Poucos dias atrás, durante entrevista coletiva, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou textualmente que “é legítimo o homem do campo ter uma ou duas armas...

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Por Caio Gottlieb

Em se tratando de um governo que vem fazendo de tudo para desarmar a população de bem, a recente manifestação sobre o assunto exposta por um de seus principais integrantes, indo ousadamente na contramão do pensamento dominante, deve ter causado urticária nas bandas do Palácio do Planalto.

Poucos dias atrás, durante entrevista coletiva, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou textualmente que “é legítimo o homem do campo ter uma ou duas armas para fazer a primeira defesa. Porque, lógico, ele está a 50, 100 quilômetros da cidade. Até a polícia chegar, dá tempo de o bandido barbarizar, fazer o quiser dentro da propriedade, roubar, bater, espancar.”

Disse mais: “Se a criminalidade tiver a certeza de que lá no campo não tem nenhuma arma, a vulnerabilidade é certa e o risco do homem do campo é eminente.”

Muito boa a fala do ministro.

Mesmo que tenha sido feita com algumas ressalvas, a declaração era o mínimo que se podia esperar de uma autoridade que, pela própria natureza de sua missão, tem o dever de zelar pelo direito de propriedade e pela integridade física das pessoas que nela vivem e trabalham, um preceito fundamental da Constituição brasileira e um princípio inalienável de qualquer democracia.

Sendo legítima a posse de armas para defesa pessoal, até porque a prerrogativa está devidamente autorizada e garantida por legislação federal, toma-se por óbvio que também é legítimo o seu uso, ainda que não desejável. Afinal, elas não foram adquiridas para decorar a casa. Estão lá justamente para repelir criminosos que tentarem invadi-la.

Por coincidência ou não, o oportuno e elogiável posicionamento de Fávaro surge em um momento de grande tensão no meio rural.

Encorajado pela volta ao poder dos velhos aliados petistas, o Movimento Sem Terra invadiu desde a posse de Lula cerca de 20 fazendas, contra apenas 11 registradas ao longo de 2019, o primeiro ano do governo Bolsonaro.

Mas o índice deve aumentar consideravelmente nas próximas semanas com a onda de ocupações anunciadas para marcar o tal Abril Vermelho, a execrável jornada de protestos pela Reforma Agrária deflagrada anualmente pelos bandoleiros do MST.

Tal como preconizou o ministro, vai ser nessa hora, a depender das circunstâncias, que os fazendeiros talvez venham a ser obrigados a exercer o seu direito à legítima defesa de suas vidas e do seu patrimônio.

Invasores de propriedades alheias, sejam quais forem seus pretextos, sejam quais forem as organizações a que pertençam, não passam de criminosos.

Com flores é que não serão recebidos.

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