Na 1ª sessão virtual da Câmara, Eduardo Bolsonaro defende discurso do pai

Para Eduardo, não é preciso ser uma “pessoa superdotada” para conseguir prever o “futuro catastrófico” com a quarentena. “Então, nós temos a certeza de que é...

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Por Agência Estado

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, aproveitou a primeira sessão virtual da Câmara, nesta quarta-feira, 25, para defender o pronunciamento feito por seu pai na véspera, no qual o chefe do Executivo criticou o isolamento social. “O que o presidente quis alertar no seu pronunciamento de ontem foi exatamente esse ponto. O ponto da alimentação, se todos nós ficarmos confinados por tempo indeterminado, qual será o caminhoneiro que vai levar essa comida para escola ou para as cidades? Esse que é o temor maior”, disse, por videoconferência. A Câmara votou nesta quarta projeto que garante a entrega de merenda para estudantes, mesmo sem aulas durante o período de calamidade pública.

Para Eduardo, não é preciso ser uma “pessoa superdotada” para conseguir prever o “futuro catastrófico” com a quarentena. “Então, nós temos a certeza de que é impossível ficar confinado durante um longo período, e isso vai de encontro ao que líderes mundiais estão falando. A OMS (Organização Mundial de Saúde), no dia 16 de março, seu presidente falou que o ideal é que você faça o diagnóstico e, que os casos suspeitos fiquem isolados da sociedade, mas não a sociedade inteira isolada dentro de suas casas, seus apartamentos”, disse. O deputado ressaltou ainda que, para ele, não se trata de se separar e priorizar o que é vida e o que economia. “São coisas que convergem no final das contas”, disse.

Na mesma sessão virtual, o discurso presidencial foi alvo de ataques. Infectado com o coronavírus, o deputado Luis Tibé (Avante-MG) criticou Bolsonaro por minimizar os efeitos da doença. “O que estou passando enfrentando esse vírus é tudo menos uma gripezinha. Precisamos estar unidos contra o vírus, e a fala do presidente é muito preocupante”, afirmou.

O deputado fez ainda uma sugestão: “É que tenhamos nos prontuários, nas situações em que infelizmente ocorrem as mortes, para saber se a morte foi exclusivamente por conta do coronavírus ou se também teve aí no meio alguma doença pré-existente para que fique às informações as claras e possa nortear as politicas de saúde, não só federais bem como estaduais e municipais”, afirmou.

No começo da semana, o guru bolsonarista Olavo de Carvalho divulgou informações falsas e inseriu a pandemia do novo coronavírus numa teoria conspiratória em uma transmissão ao vivo no Youtube. Na transmissão, ele afirmou que não há nenhum caso confirmado de morte por coronavírus no mundo – uma mentira – e que a pandemia, em sua opinião, seria “a mais vasta manipulação de opinião pública que já aconteceu na história humana”.

Além do novo coronavírus, Eduardo Bolsonaro disse que não iria se pronunciar sobre a China. “Aproveito a oportunidade para dizer aqui que não farei considerações sobre a China. Como forma de união e foco naquilo que é necessário nesse momento que é o combate ao coronavírus. Até porque eu estou prestes a ser demandado no Conselho de Ética. Se isso se configurar, aí sim será o momento oportuno para eu falar dessa questão”, disse.

Na quarta-feira, 18, Eduardo publicou um tuíte em que acusou a China de ter escondido informações sobre o início da pandemia do coronavírus. “A culpa é da China e liberdade seria a solução”, escreveu o deputado. O embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, respondeu as acusações de Eduardo e exigiu a retirada imediata das palavras do deputado e um pedido de desculpas ao povo chinês.

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