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Merendeira venezuelana faz sucesso no comando da cozinha de escola da rede estadualFoto: Lucas Fermin/SEED

Merendeira venezuelana faz sucesso no comando da cozinha de escola da rede estadual

Esse é o caso da merendeira Fedora Vargas (45), que saiu de seu país para ser um dos braços fortes da merenda da rede escolar. Diariamente ao......

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Por CGN

Merendeira venezuelana faz sucesso no comando da cozinha de escola da rede estadualFoto: Lucas Fermin/SEED

“Saco vazio não para em pé” é um chavão. Quando o assunto é a vida estudantil, “saco vazio não aprende nada”. Resolver esse problema é parte do papel fundamental das merendeiras, cozinheiras e auxiliares de cozinha da rede estadual de ensino. Elas são as “tias da merenda”. 

Esse é o caso da merendeira Fedora Vargas (45), que saiu de seu país para ser um dos braços fortes da merenda da rede escolar. Diariamente ao entrar na Escola Estadual Maria Pereira Martins, no bairro Barreirinha, em Curitiba, ela desempenha o papel de protagonista no comando da cozinha, atividade que exerce com alegria e amor genuínos.

“Numa escola todo mundo é importante, mas a ‘tia da merenda’ tem lugar especial no coração dos alunos. A gente conquista pelo estômago”, brinca.

No Mês da Mulher, a Secretaria de Estado da Educação e a Agência Estadual de Notícias estão homenageando figuras femininas importantes do ensino público, evidenciando histórias de mulheres cujos impactos vão muito além das salas de aula. Os dois primeiros textos contaram as trajetórias de uma diretora e uma professora.

Até chegar à rede estadual, Fedora atravessou momentos turbulentos. Nascida na Venezuela, a merendeira veio com a família para o Brasil em 2017, buscando melhores oportunidades na vida, logo após uma das inúmeras crises do país vizinho.

“A situação lá era muito difícil e não víamos perspectivas de melhora. A decisão de sair da Venezuela foi dolorosa. Deixamos tudo para trás e trouxemos a nossa vida todinha em apenas oito malas. Não foi simples. Hoje, porém, sabemos que foi o melhor”, afirma.

A família permaneceu em Manaus, no Amazonas, por dois anos. Devido a inúmeras dificuldades de adaptação na região Norte, logo despontou o desejo por nova mudança. “Foram anos desafiadores. Como grande parte dos imigrantes, no princípio, tivemos dificuldades devido à falta de informações, aprendizado do idioma e acesso aos serviços”, relembra.

Foi então que, por intermédio de uma conhecida, uma segunda mudança – desta vez para Curitiba – aconteceria em 2019. “Foi aqui que finalmente as coisas começaram a entrar nos eixos e também onde consegui minha primeira oportunidade de trabalho como merendeira”, diz.

Sua primeira missão à frente das cozinhas da rede estadual foi no Colégio Estadual da Guarda Mirim do Paraná, no bairro Ahú, onde ingressou por meio de um contrato terceirizado.

“Na Venezuela eu trabalhava no ramo do turismo e, quando cozinhava, eram porções só para família. Foi um desafio aprender a cozinhar para um batalhão de gente”, afirma a merendeira que, hoje, prepara as refeições de cerca de 900 alunos.

“Parece muita coisa, mas quando a fila da cantina começa a se formar, a gente sabe que acaba ligeiro”, ressalta. Segundo Fedora, arroz, feijão, carne e salada são os favoritos dos estudantes. Mas algumas das suas especialidades também conquistaram o paladar paranaense. “Os alunos gostam muito do risoto de frango, que na Venezuela chamamos de galinhada, e também do peixe de forno”.

O talento e dedicação de Fedora ao trabalho logo lhe renderam bons frutos também na Escola Estadual Maria Pereira Martins, no bairro Barreirinha. “Hoje eu tenho liberdade para comandar totalmente a cozinha”, conta.

Segundo Cristiane Diniz, diretora da instituição, Fedora se destaca não apenas pelas habilidades culinárias, mas também pelo amor com que desempenha seu papel. “Ela ama o que faz e isso é nítido porque o carinho dedicado no preparo das refeições se reflete no sabor”, elogia.

Dividindo o tempo entre os cuidados com a família e o trabalho, Fedora reconhece a influência que a profissão exerce em sua vida doméstica. “Servindo na escola eu entendi que o aprendizado e a boa nutrição estão intimamente relacionados e que aprender fica muito mais fácil depois de uma boa refeição”, afirma.

A lição, segundo Fedora, marca também a vida de muitos estudantes. “Nestes quatro anos de escola, diversos alunos se formaram e seguiram suas vidas. Mesmo assim, se encontro um ou outro na rua, eles me cumprimentam com saudades. No fim, não temo afirmar que como ‘tia da cantina’ a gente marca a vida dos alunos quase tanto quanto os professores”, diz.

MAIS MERENDA – Desde o ano passado, os mais de 1 milhão de alunos da rede estadual de ensino recebem três refeições por dia. O Mais Merenda oferece um lanche na entrada e outro na saída de cada turno, além da merenda regular que já é dada nos intervalos das aulas. 

No Estado, 192 cooperativas vendem seus alimentos para a merenda da rede estadual, beneficiando cerca de 25 mil famílias de produtores. O investimento em alimentação previsto para todo o ano é de cerca de R$ 500 milhões.

Fonte: AEN

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