Juros fecham em baixa com dado fraco da indústria, dólar em queda e exterior

“O dia como um todo foi bom para ativos de risco, apesar de o comunicado do Copom ter sido mais cauteloso. O câmbio esteve tranquilo e...

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Por Agência Estado

O aumento do apetite pelo risco no exterior, o dólar em queda e a leitura da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de setembro proporcionaram alívio aos prêmios na curva de juros nesta primeira sessão de novembro. No fechamento da etapa regular, nesta sexta-feira, as taxas a partir do miolo recuavam, mas as curtas perdiam um pouco do fôlego e terminaram perto dos ajustes de quinta. Ao longo da semana, marcada pelo tom cauteloso do comunicado do Copom sobre o plano de voo para o começo de 2020, as taxas curtas acumularam cerca de 10 ponto-base de alta, enquanto as longas, ao contrário, recuaram até cerca de 15 pontos. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 encerrou em 4,47%, de 4,489% quinta no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 5,411% para 5,37%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 5,98%, de 6,031%.

“O dia como um todo foi bom para ativos de risco, apesar de o comunicado do Copom ter sido mais cauteloso. O câmbio esteve tranquilo e tivemos também a PIM mais fraca”, afirmou o gestor de renda fixa da Absolute Investimentos, Mauricio Patini. Ele destacou que apesar de o payroll ter mostrado criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos acima do previsto, o crescimento do salário médio por hora ficou abaixo do esperado, o que afasta receios sobre pressão inflacionárias vindas do mercado de trabalho. “O dado do ISM também veio aquém do estimado”, reforçou.

Após o comunicado do Copom na quarta-feira ter alertado que “o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela em eventuais novos ajustes no grau de estímulo”, se referindo às decisões de política monetária após dezembro, o mercado ampliou suas expectativas para próximos dados de atividade. A percepção de aumento no ritmo de recuperação da economia será diretamente associada à mensagem do Copom.

Mas a produção industrial de setembro não endossou essa ideia, ajudando, ao contrário a sustentar as apostas de queda da Selic, ainda que em ritmo menor do que 0,50 ponto porcentual, no primeiro trimestre de 2020. O aumento de 0,3% ante agosto decepcionou parte do mercado, ao ficar bem abaixo da mediana das estimativas (0,7%). Houve queda de 0,5% na produção de bens de capital, o que está associado aos investimentos. No terceiro trimestre, o crescimento ficou em 0,3%.

Como o Copom alertou sobre o estágio econômico, mas, ao mesmo tempo, trouxe projeções de inflação abaixo das metas em cenários com queda da Selic, há grande expectativa em relação à ata do Copom, que sai na terça-feira. “O comunicado do Copom tentou tirar um pouco do ímpeto do mercado, que já estava colocando na curva cortes de mais de 50 pontos. O BC garantiu mais um corte deste na próxima reunião, mas trouxe essa questão da cautela. Então, fica a dúvida se quer mesmo parar de cortar em dezembro ou se foi só para corrigir excessos.”

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