Lula sugere debate sobre a autonomia do BC após mandato de Campos Neto

Em renovadas críticas à Selic e à meta de inflação, o petista disse que tinha uma boa relação com Henrique Meirelles, presidente do BC nos seus...

Publicado em

Por Agência Estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou que pode debater a autonomia do Banco Central (BC) após o término do mandato do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, que fica no cargo até o fim de 2024.

Em renovadas críticas à Selic e à meta de inflação, o petista disse que tinha uma boa relação com Henrique Meirelles, presidente do BC nos seus dois mandatos anteriores, e argumentou que deu a ele “autonomia para fazer a política monetária” naquele período.

“O que acontece é que a gente conversava. Esse país está dando certo? Esse país está crescendo? O povo está melhorando de vida? Não. Então, eu quero saber de que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão Campos Neto terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o Banco Central independente”, disse Lula ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV! e do portal UOL.

A íntegra da entrevista vai ao ar a partir das 23h15 na emissora, mas o portal publicou nesta noite alguns trechos em vídeo. Essa parte, especificamente, foi divulgada até o momento apenas em texto.

“Eu acho que eles os presidentes da Câmara e do Senado imaginavam que, fazendo o Banco Central autônomo, a economia voltaria a crescer, os juros abaixariam e tudo ia ser maravilhoso”, continuou o presidente. No entanto, mesmo com a intenção de reavaliar o status do BC, Lula disse que elaborar uma proposta de mudança “é irrelevante” para ele.

“O Brasil precisa voltar a crescer. Não existe nenhuma razão para a taxa de juros estar em 13,75%”, afirmou, emendado: “O que está na pauta é a questão da taxa de juros”.

Na entrevista, segundo o portal, Lula criticou de novo a meta de inflação perseguida pelo BC. “Então, ele Campos Neto quer chegar à inflação padrão europeu? Não. Nós temos que chegar à inflação padrão Brasil. Uma inflação de 4,5% no Brasil, de 4%, é de bom tamanho se a economia crescer. Agora, você faz uma meta que é ilusória, você não a cumpre, e por conta disso, você fica prejudicando o crescimento do País”, afirmou.

Neste ano, a meta de inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,25%. Em 2024 e 2025, é de 3%.

Google News

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais
Sair da versão mobile