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É da natureza – por Caio Gottlieb

Não precisou nem de um mês do novo governo para esses incautos perceberem tardiamente o erro cometido e descobrirem que, na verdade, enganaram a si próprios,...

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Por Caio Gottlieb

Sei de muitos eleitores de direita, anti-esquerdistas ferrenhos, que apoiaram Bolsonaro em 2018, mas que, incomodados com as polêmicas que ele protagonizou ao longo do mandato, tomaram a temerária decisão de votar em Lula acreditando no seu discurso pacificador e imaginando que o petista tinha mudado.

Não precisou nem de um mês do novo governo para esses incautos perceberem tardiamente o erro cometido e descobrirem que, na verdade, enganaram a si próprios, até mesmo porque em nenhum momento da campanha Lula prometeu fazer algo diferente do que foi feito nas duas vezes anteriores em que presidiu o país.

Ou seja, Lula não iludiu ninguém. Se você votou nele e não gosta do que está vendo, só posso lhe dizer, com o perdão da sinceridade, que você é um otário. Caiu no conto do bilhete premiado.

Como era de se esperar, e não foi por falta de aviso, está tudo de volta: declarações hostis ao agronegócio, desprezo aos empresários, descompromisso com o controle dos gastos públicos, inchaço e aparelhamento da máquina estatal com 37 ministérios (é preciso dar emprego para os companheiros), projetos para aumento da carga tributária, ameaças de revogar as reformas previdenciária e trabalhista, difusão da identidade de gênero e das teorias marxistas nas escolas, apoio aos xiitas do ambientalismo para agradar europeus e norte-americanos em prejuízo dos interesses nacionais, e por aí vai.

E para não deixar qualquer dúvida de que não mudou em nada, Lula anunciou na viagem à Argentina que serão retomados os abomináveis financiamentos do BNDES (lembrando que é dinheiro dos nossos impostos) para obras em países latino-americanos que vão favorecer ditadores amigos (que nos darão novos calotes) e favorecer empreiteiros sempre dispostos a pagar gordas propinas em contratos superfaturados, tirando recursos de investimentos públicos que poderiam gerar empregos no Brasil.

Nada poderia ser mais previsível.

Afinal, assim como é da gênese da bananeira gerar um fruto como a banana, com todas as suas características, inclusive sua curvatura peculiar, assim também é a fidelidade do PT ao seu ideário.

Aliás, caso você queira uma metáfora ainda mais explícita, tem a fábula do sapo e do escorpião.

Um escorpião pede a um sapo que o leve através de um rio. O sapo reluta. Tem medo de ser picado durante a viagem. O escorpião argumenta que se picar o sapo, o sapo iria afundar e o escorpião se afogaria junto. O sapo concorda e começa a carregar o escorpião, mas, no meio do caminho, o escorpião acaba por ferroar o sapo, condenando ambos à morte.

Quando perguntado pelo batráquio porque havia lhe picado, o escorpião responde apenas: “É da minha natureza, sapo.”

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