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Juros curtos fecham em alta com ajustes ao comunicado do Copom

O ajuste ao Copom elevou significativamente o volume de contratos negociados — as taxas curtas avançaram pouco mais de 10 pontos-base. O destaque foi o Depósito...

Publicado em

Por Agência Estado

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Como esperado após as sinalizações do comunicado do Copom na quarta-feira, a curva de juros se ajustou em alta nas taxas curtas, enquanto as longas oscilaram entre a estabilidade e viés de queda, perdendo inclinação nesta quinta-feira. No texto, os diretores evitaram se comprometer com mais cortes da Selic no ano que vem, provocando correção de apostas mais ousadas, de que a Selic terminal poderia ser de 4% ou menos, que vinham crescendo nos últimos dias. A mensagem do BC conduziu os negócios durante todo o dia, colocando outros assuntos, como as declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e os indicadores do dia, em segundo plano.

O ajuste ao Copom elevou significativamente o volume de contratos negociados — as taxas curtas avançaram pouco mais de 10 pontos-base. O destaque foi o Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021, que movimentou cerca de 990 mil contratos, fechando com taxa de 4,49%, ante 4,346% na quarta no ajuste. Com isso, retomou os níveis atingidos logo após a divulgação do IPCA-15 de outubro (+0,09%), que veio bem acima das estimativas (+0,03%). O DI para janeiro de 2023 encerrou com taxa de 5,41%, de 5,35%. A taxa do DI para janeiro de 2025 ficou estável em 6,03% e a do DI para janeiro de 2027 passou de 6,431% para 6,39%.

“Os vencimentos do miolo da curva refletem o tom mais cauteloso do BC, com ajustes de quem estava mais posicionado para Selic abaixo de 4%. O comunicado colocou um pouco de freio nessas apostas”, disse o economista Julio Barros, da Mongeral Aegon Investimentos.

O Comitê sinalizou que a consolidação do cenário benigno para a inflação deve permitir um ajuste adicional de 0,5 ponto porcentual em dezembro e entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela em eventuais novos ajustes no grau de estímulo. Com isso, tanto apostas residuais de queda de 0,75 ponto porcentual na próxima reunião foram corrigidas, como também perderam fôlego as de redução de 0,5 ponto no começo de 2020. A curva, que até quarta projetava Selic terminal entre 4% e 4,25%, nesta quinta precifica entre 4,25% e 4,50%, mais precisamente 4,35%.

Apesar do comunicado menos “dovish” do que o anterior, algumas instituições revisaram para baixo suas expectativas para a Selic, caso do Citi. O banco, que via apenas mais um corte em dezembro, para 4,5%, agora espera mais dois adicionais, de 0,25 ponto, e devem ser concluídos no início de 2020. No fim de 2020, a taxa estará em 4%. E no fim de 2021, a previsão é de que suba para 5,75%.

Com o foco voltado exclusivamente ao Copom, não houve espaço para outros temas, que fizeram preço no câmbio por exemplo. As declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), defendendo medidas drásticas – como “um novo AI-5” – caso ocorram no Brasil manifestações de rua como as do Chile atualmente, causaram desconforto especialmente diante da repercussão fortemente negativa no Congresso.

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