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E agora, manés? – por Caio Gottlieb

O único problema desse argumento é que as reações negativas, ainda mais contundentes, também estão vindo de diversos empresários, economistas e políticos ilustres que, embora sendo...

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Por Caio Gottlieb

É natural que as críticas feitas por jornalistas de direita, como é o meu caso, aos nomes anunciados por Lula para o seu ministério, especialmente os indicados para a área econômica, e ao empenho desesperado do futuro governo para arrombar o teto de gastos e ter um cheque em branco de dezenas de bilhões de reais para pagar as promessas populistas de campanha, sejam desqualificadas pelos petistas como choro de inimigos derrotados nas eleições.

O único problema desse argumento é que as reações negativas, ainda mais contundentes, também estão vindo de diversos empresários, economistas e políticos ilustres que, embora sendo antipetistas, declararam voto em Lula por não gostarem do jeitão de Bolsonaro, mas que já começam a confessar, constrangidos de vergonha, que foram enganados.

Ou seja, a mercadoria que compraram alegremente nas urnas não é aquela que lhes está sendo entregue. É o típico presente de grego.

Bobinhos. Caíram como patinhos na conversa fiada de que o Partido dos Trabalhadores havia abandonado seus ultrapassados e fracassados dogmas econômicos e estava firmemente alinhado com os princípios da boa gestão do dinheiro dos nossos impostos.

Junta-se ao coro dos ludibriados até mesmo a velha Folha de S. Paulo, a mais tradicional porta-voz da esquerda brasileira, que promoveu nos últimos quatro anos uma raivosa e implacável oposição ao atual presidente e militou como nunca para eleger o petista.

Vejamos alguns trechos da opinião insuspeita publicada em recente editorial do jornalão paulista:

“Em apenas duas semanas, Lula conseguiu derrubar grande parte das esperanças de que vá adotar uma política econômica racional e socialmente responsável. Até agora só tem essa emenda para liberar a gastança.”

“Abraçou a demagogia mais rasteira ao vociferar contra a responsabilidade fiscal. Não aprendeu que isso alimenta a inflação e, pior, como se viu no final dos anos de PT, desemprego, miséria e fome, juros estratosféricos e dívida pública nas alturas.”

“Política social tem que saber como ser sustentada, de onde vêm os recursos. Dizer que controlar gastos é não se importar com os mais pobres é um primarismo atroz.”

“A irresponsabilidade orçamentária é o caminho para a estagflação, como aconteceu com Dilma. Não há margem de improviso.”

Quem não souber que foi a Folha que deu essa paulada dirá que o texto é de um feroz adversário de Lula.

Só não dá pra rir muito ao se ver a procissão dos arrependidos aumentando a cada dia porque a escolha que eles fizeram, ajudando a devolver o poder à organização criminosa que comandou o maior saque aos cofres públicos da história do país, vai acabar custando caro para todos nós.

Mas que tá divertido, isso tá.

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