CGN
Acesse aqui o Discover e busque as mais lidas por mês!

Só um em cada cinco meninos no País tomou as duas doses da vacina contra o HPV

O HPV é mais conhecido por provocar o câncer de colo de útero, mas também pode causar outros tipos de tumores, como os de pênis, ânus,...

Publicado em

Por Agência Estado

Publicidade

Dados do Ministério da Saúde obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo mostram que somente 21% dos adolescentes de 11 a 14 anos que já deveriam estar protegidos contra o vírus HPV tomaram, de fato, as duas doses da vacina necessárias para garantir a imunização. Há quase três anos a vacina passou a ser oferecida na rede pública gratuitamente para meninos.

O HPV é mais conhecido por provocar o câncer de colo de útero, mas também pode causar outros tipos de tumores, como os de pênis, ânus, garganta, vulva e vagina. Em 2014, a vacina começou a ser ofertada para meninas no Sistema Único de Saúde (SUS) e teve a indicação ampliada para meninos no início de 2017.

A cobertura da vacina contra o HPV entre meninos é ainda menor do que a observada em meninas, também considerada baixa. Entre o público feminino, o porcentual de adolescentes que tomaram as duas doses do imunizante desde que a vacina foi incorporada na rede pública é de 42%. A meta do Ministério da Saúde para ambos os casos é que a cobertura chegue a 80% do público-alvo.

Segundo relatos de especialistas e de pais de adolescentes nessa faixa etária, o desconhecimento sobre a oferta dessa vacina no SUS é a principal razão para a adesão tão baixa ao imunizante. “A vacinação de adolescentes, em geral, é um desafio porque os pais geralmente associam a necessidade somente à infância, não sabem que há vacinas que devem ser dadas na adolescência. Especificamente no caso da usada contra o HPV para meninos, há uma dificuldade ainda maior porque a maioria das pessoas associa o vírus apenas ao câncer de colo de útero”, explica Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Somam-se a esses fatores uma divulgação insuficiente da oferta dessa vacina para meninos e a ausência de campanhas dentro das escolas.

Exemplos

Mesmo já tendo vacinado a filha mais velha contra o HPV na rede pública e sabendo da importância da vacina, a fisioterapeuta Flavia Rosendo Angi, de 46 anos, não imunizou o filho Henrique, de 11 anos, por desconhecer que o SUS havia passado a oferecer o produto também para os adolescentes do sexo masculino. “Nem a escola nem o pediatra comentaram sobre a necessidade da vacinação e sobre estar disponível no SUS. Acho que faltam campanhas mais amplas, na internet, nos meios que os adolescentes mais utilizam, como o YouTube. Se eles entenderem a importância, serão os primeiros a comentar com os pais”, diz Flavia, que, ao saber pela reportagem sobre a oferta da vacina, pretende vacinar o filho.

A farmacêutica Fabiana Areias, de 40 anos, é uma das poucas que já vacinou o filho, Pedro, de 12, contra o HPV, mas conta que só descobriu que a vacina estava disponível no SUS por acaso, ao levar o adolescente ao posto de saúde por outra razão. “Dei a vacina agora em junho quando fui ao posto vaciná-lo contra a febre amarela. Lá o profissional de saúde me disse que ele estava na idade da vacina contra o HPV também. Como eu já planejava dar essa vacina de qualquer forma, mesmo se fosse na rede particular, aproveitei a ocasião”, conta ela.

Escolas

Para Kfouri, o ideal é que as vacinas recomendadas para adolescentes sejam dadas em campanhas nas escolas, por meio de parcerias entre os Ministérios da Saúde e Educação, Estados e municípios. “Os países em que a vacinação nessa faixa etária deu certo foram os que instituíram a vacina na rede escolar. A primeira campanha de HPV para meninas no Brasil foi feita assim e teve altíssima adesão.”

Questionado sobre as estratégias para aumentar a cobertura vacinal entre meninos, o Ministério da Saúde admitiu que a vacinação nas escolas “é bastante positiva”, mas tal decisão deve ser “de cunho estadual e municipal”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Google News CGN Newsletter

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais