Guerreira e amorosa: família de Ordélia Ferreira realizará ato para que crime não seja esquecido

Muitos conheciam a Odélia da igreja, mulher de muita fé. Outros conheciam a mulher guerreira que suportou vários problemas de saúde, inclusive com cirurgias no coração. Para outros Ordélia era “tia da escola” que por muitos anos trabalhou na limpeza das salas de aula em diferentes bairros, na rede municipal. Quem sente mais é quem perdeu a Ordélia mãe e avó, muito amorosa.

Para que a morte de Ordélia Teodoro Ferreira não seja esquecida, todos que a amavam farão um ato amanhã (31), a partir das 18 horas, em frente à Catedral.

O filho Odair teme que o homem que matou a mãe, detido momentos depois do crime, seja colocado em liberdade.

“Ele pode querer alegar que é idoso, mas o que ele fez merece muitos anos de cadeia. Não vai trazer ela de volta, mas é o que ele merece”.

Ordélia foi morta terça-feira (28) pelo homem com quem viveu por mais de 6 anos e de quem estava separada desde o final do ano. No dia do crime a mulher acordou às 6 horas da manhã, como era acostumada, fez pão e foi limpar a igreja, serviço que fazia voluntariamente. Lá o homem apareceu e começou a persegui-la.

O filho chegou a ver o assassino depois do crime. Ele teria dito que não tinha a intenção de matar Ordélia, mas a amiga que estava com ela. Ordélia teria entrado na frente e foi quem ficou ferida mais gravemente.

A família relata que não conheciam um histórico de violência do assassino com a mulher.

“Quando eles começaram a namorar ele pediu para mim como filho mais velho. Ele falou que iria dar amor a ela”, conta Odair, “eu sempre falei que meu sonho era ter uma filha, com cabelos enroladinhos e que minha mãe visse ela crescer e se formar. Minha filha tem 9 anos, cabelos enrolados, era muito amada pela avó, mas minha mãe morreu sem ver a formatura”, lamenta o filho.   

Todos que desejarem participar do protesto de amanhã estão convidados. A mobilização será pacífica.