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Pinacoteca reforçada

O gosto de Evelyn Ioschpe pelos autorretratos talvez tenha começado no fim da adolescência, quando foi passar uma temporada nos Estados Unidos com uma bolsa de...

Publicado em

Por Agência Estado

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Entre as obras que a Coleção Ioschpe cede hoje em comodato à Pinacoteca está um raro conjunto de retratos e autorretratos de artistas como Ismael Nery, Flávio de Carvalho, Djanira e Portinari. São obras que estabelecem um diálogo imediato e direto com o acervo do museu, detentor de um número significativo de obras do gênero, segundo a curadora-chefe Valéria Piccoli.

O gosto de Evelyn Ioschpe pelos autorretratos talvez tenha começado no fim da adolescência, quando foi passar uma temporada nos Estados Unidos com uma bolsa de estudos, deslumbrando-se com as coleções dos museus americanos (em especial com um Monet da National Gallery de Washington). A socióloga e jornalista, na época, convivia com a arte dos impressionistas e pós-impressionistas, notadamente excelente retratistas, como comprovam Degas, Gauguin e Van Gogh.

No Brasil, um artista que sempre se dedicou ao gênero – talvez por necessidade de autoconhecimento, como Rembrandt – foi Ismael Nery (1900-1934), que aplicou a sua produção reflexões de caráter metafísico, criando uma pintura próxima do ideário surrealista. É o caso do Autorretrato Satânico (1925), em que Nery, três anos depois da Semana de Arte Moderna (ele não comungava do nacionalismo dos modernistas), afirma sua independência estética e filosófica, pintando a si mesmo como uma figura demoníaca.

Outro segmento forte da Coleção Ioschpe é o núcleo dos pintores abstratos. Uma das principais obras cedidas em comodato é um óleo de 1971 do pintor carioca Ivan Serpa (1923-1973), um dos criadores do Grupo Frente, integrado por Lygia Clark, Hélio Oiticica e Lygia Pape. Fiel à arte construtiva, Serpa, nessa pintura, realizada na época em que se dedicada às telas geomânticas, retrabalha conceitos da arte pop.

Anterior a essa é a pintura de Milton Dacosta (1915-1988), Construção em Verde (1955), produzida no apogeu de sua ligação com o construtivismo, antes de sua adesão a um figurativismo de caráter comercial (fase das Vênus). Milton e sua mulher Maria Leontina, grande pintora, estão entre os artistas selecionados pela curadoria da Pinacoteca para a primeira exposição do acervo cedido em comodato pelo casal Ioschpe.

Um outra obra de importância histórica é o óleo Maternidade, pintado em 1937 pelo modernista carioca Di Cavalcanti (1897-1976). Foi nesse ano que o pintor recebeu a medalha de ouro pela decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de Arte Técnica, em Paris, antes de voltar ao Brasil. Maternidade é um marco sem sua trajetória.

COLEÇÃO IOSCHPE – PINACOTECA DO ESTADO. PRAÇA DA LUZ, 2, TEL. 3324-1000. HOJE, 10H30/12H, ASSINATURA DO COMODATO NO OCTÓGONO DO MUSEU.
DE 4ª A 2ª., 10H/17H30. INGRESSOS: R$ 10 E R$ 5. AOS SÁBADOS, GRÁTIS.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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